Dmitry Rogozin, chefe da corporação espacial russa Roscosmos, que tem uma relação nada amistosa com a Nasa e com Elon Musk, revelou que planeja enviar cosmonautas à Estação Espacial Internacional (ISS) na espaçonave Crew Dragon, da SpaceX.
No mês passado, Rogozin convidou Musk para um chá em sua casa na Rússia, marcando o início de uma notável mudança de comportamento, uma vez que os dois têm um histórico de atirar farpas um no outro.
Segundo ele, a ideia é combinar astronautas da Nasa e cosmonautas russos em futuros lançamentos da Crew Dragon. “Em nossa opinião, a SpaceX já adquiriu experiência suficiente para poder colocar nossos cosmonautas na Crew Dragon”, disse Rogozin em uma coletiva de imprensa na segunda-feira (25), conforme citado pela SpaceNews .
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Ainda de acordo com a SpaceNews, o mais rápido que um cosmonauta russo poderia viajar para a ISS a bordo de uma cápsula Crew Dragon poderia ser a missão Crew-5 no segundo semestre de 2022. Isso porque a missão Crew-3 acontece nos próximos dias, e a Crew-4 foi anunciada para abril do ano que vem.
As espaçonaves Soyuz, da Rússia, estão em serviço há mais de meio século, com seu primeiro lançamento tripulado ocorrendo em 1967. Embora suas configurações e tecnologias tenham sido atualizadas muitas vezes desde sua viagem inaugural, a plataforma em geral ainda tem muita semelhança com designs de décadas atrás.
Rogozin e Roscosmos estão admitindo a derrota planejando colocar cosmonautas a bordo do Crew Dragon da SpaceX?
Essa pergunta permanece sem resposta em meio a toda essa situação inusitada. Autoridades russas revelaram, no início deste ano, que o país está planejando abandonar a ISS após duas décadas de contínua ocupação e cooperação internacional.
Com a estranha parceria anunciada com a SpaceX, talvez a Rússia esteja simplesmente garantindo que seus cosmonautas estarão a bordo do antigo posto avançado até o amargo fim – ou pode ser uma jogada oportunista.
Segundo o site Futurism, o país deixaria quantias consideráveis de dinheiro na mesa. No ano passado, a Nasa pagou US$90 milhões por um assento Soyuz. Por outro lado, ainda não se sabe quanto a Rússia teria que pagar à agência espacial americana e à SpaceX para lançar um membro da tripulação a bordo de uma Crew Dragon.
A vice-diretora administrativa da Nasa, Pam Melroy, disse durante a conferência de segunda-feira que “eles [os russos] têm uma expectativa de que deve haver vários voos antes que se sintam confiantes no desempenho do veículo”.
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