No próximo domingo (31), é comemorado o Dia das Bruxas, data mais conhecida como Halloween, típica dos países anglo-saxônicos, em especial os EUA, Canadá, Irlanda e Reino Unido. E quem também já está no clima dessa grande festa é a Nasa, que divulgou um conjunto incrível de fotos tiradas pelo telescópio Hubble, formando uma imagem de arrepiar!

O que parece o fundo do caldeirão fervente de uma bruxa, ou talvez uma imensa teia de aranha espacial, trata-se da estrela gigante vermelha CW Leonis, envolta em suas nuvens de carbono fuliginoso.

Gigante vermelha CW Leonis: nada como uma estrela moribunda para celebrar o Halloween. Imagem: ESA / Hubble, NASA, Toshiya Ueta (Universidade de Denver), Hyosun Kim (KASI)

Feliz (quase) Halloween!

Para quem não sabe, uma gigante vermelha é uma estrela que chegou ao fim de seu estágio de sequência principal, a primeira etapa do fim da vida da estrela. Ou seja, nada mais propício para celebrar o Halloween do que uma moribunda, não?

No perfil oficial do Hubble no Twitter, seus administradores não deixaram a data passar em branco, divulgando um vídeo com essa e outras imagens “assustadoras” de mistérios do universo reveladas pelo telescópio:

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“Hubble viu uma série de objetos cósmicos assustadores, mas nada se compara a uma imagem recente de uma “teia de aranha” no espaço. Observe, se você ousar”, diz a postagem.

As nuvens de poeira de carbono foram criadas a partir das camadas externas da CW Leonis sendo jogadas ao espaço. O aquecimento gerado pela fusão nuclear no interior da estrela é o que dá a ela essa atmosfera rica em carbono. 

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Expelir o carbono de volta ao espaço fornece matéria-prima para a formação de futuras estrelas e planetas. Toda a vida conhecida na Terra é baseada em carbono. Moléculas biológicas complexas consistem em átomos de carbono ligados a outros elementos comuns no universo.

Brilho da gigante vermelha CW Leonis tem mudado de forma rápida

CW Leonis é a estrela de carbono mais próxima da Terra, a uma distância de 400 anos-luz daqui. Isso dá aos astrônomos a chance de entender a interação entre a estrela e o envelope turbulento ao seu redor. 

A complexa estrutura interna de conchas e arcos foi moldada por seu campo magnético. Observações detalhadas anteriores de CW Leonis, feitas pelo Hubble nas últimas duas décadas, também mostram a expansão de fios de material ejetados ao redor da estrela.

Esses feixes de luz brilhantes que podemos observar irradiando de CW Leonis são uma das características mais intrigantes da estrela. Eles mudaram de brilho em um período de 15 anos – um intervalo de tempo incrivelmente curto em termos astronômicos. 

Alguns astrônomos especulam que as lacunas na poeira que envolve o CW Leonis podem permitir que raios de luz das estrelas penetrem e iluminem a poeira, como faróis de holofote em um céu nublado. No entanto, a causa exata das mudanças dramáticas em seu brilho ainda não foi explicada.

Uma estrela existe enquanto a pressão interna da fornalha de fusão no núcleo se equilibra com a pressão da gravidade. Quando a estrela fica sem combustível de hidrogênio, a pressão interna cai, o que faz com que ela comece a entrar em colapso. À medida que o núcleo encolhe, a camada de plasma que o envolve fica quente o suficiente para começar a fundir o hidrogênio, dando à estrela um segundo sopro de vida, gerando calor suficiente para expandir dramaticamente as camadas externas da estrela e se transformar em uma gigante vermelha inchada.

CW Leonis tem uma cor laranja avermelhada devido à sua temperatura de superfície relativamente baixa de 1.260ºC. Os feixes de luz tingidos de verde que emanam da estrela, no entanto, brilham em comprimentos de onda invisíveis no meio da faixa do infravermelho. Na ausência de cor natural, o verde foi adicionado à imagem infravermelha para uma melhor análise por meio do contraste de cor.

De acordo com o site Phys, a imagem foi formada por fotos feitas com lapso de tempo, tiradas em três datas: 2001, 2011 e 2016. Atualmente, o Hubble está com suas atividades suspensas por tempo indeterminado, até que sejam solucionados os problemas detectados em seus instrumentos científicos.

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