Nos últimos 12 meses, a inflação já chegou ao patamar de 10,67% no Brasil. Com isso, o varejo enfrentará novos obstáculos na Black Friday deste ano, como convencer o cliente que os preços realmente estão mais baixos e oferecer promoções que caibam no bolso do brasileiro.
Sobre o tema, o diretor de Varejo da consultoria GFK, Fernando Baialuna, declarou ao Estadão que o consumidor “perdeu a referência de comparação de preços por causa da inflação elevada”.
Essa memória de preço, segundo o executivo, é o que ajuda na hora de avaliar os descontos. Esse fator se aplica especialmente ao nicho de eletroeletrônicos, que costuma ser a grande estrela do evento marcado para a última sexta-feira de novembro.
Em virtude da escassez de matéria-prima e da alta do dólar, Baialuna também revela uma estatística importante: desde o início da pandemia, houve um reajuste de cerca de 30% nos preços dos eletroeletrônicos para o consumidor final. “O produto que custava R$ 100 dois anos atrás, agora sai por R$ 130”, disse.
Com o desconto médio da Black Friday, segundo o executivo, esse produto sairia por R$ 110 em 2021. Na prática, mesmo com os descontos, a tendência é que os preços fiquem acima do praticado antes da pandemia em diversos segmentos.
O presidente da Eletros, José Jorge do Nascimento, é outro que reforça que o grande desafio da Black Friday em 2021 será oferecer preços atrativos. Por ora, o executivo aponta que indústria e varejo vão tentar, mesmo com a inflação nas alturas, manter os valores praticados na Black Friday do ano passado.
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Por fim, para tentar contornar as dificuldades, os varejistas também vão adotar a estratégia de incentivar as compras parceladas no cartão. As Casas Bahia e o Ponto, por exemplo, vão parcelar em até 30 vezes as compras da Black Friday em seus cartões próprios.
A ‘Lojas Cem’ também ampliará as parcelas sem juros para tentar se adequar ao orçamento mais apertado do consumidor. O supervisor-geral da rede, José Domingos Alves, destaca que esse ajuste é fundamental, já que o custo de vida do brasileiro “subiu muito”.
Fonte: Estadão
Créditos da imagem principal: Kriang kan/Shutterstock
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