À medida que a indústria aeroespacial se desenvolve, fica cada vez maior o espaço para que ideias aparentemente malucas – mas que podem dar muito certo – apareçam: desta vez, é a startup SpinLaunch quem apareceu com um plano para lançar foguetes… com um estilingue.

Ok, não é bem “o estilingue” em si, mas o efeito causado por ele: basicamente, a empresa construiu uma estrutura de pouco mais de 50 metros (m) de altura, com uma centrífuga capaz de gerar aceleração suficiente para lançar objetos “a milhares de metros acima”, segundo o CEO e fundador Jonathan Yaney.

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“É uma forma radicalmente diferente de acelerar projéteis e lançar veículos a velocidades supersônicas por meio de um sistema instalado no solo”, disse o executivo à CNBC. “Estamos construindo uma empresa e um sistema de lançamento espacial que entrará no mercado comercial com uma cadência bem alta e o custo mais baixo da indústria”.

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A confiança de Yaney não vem à toa: segundo um vídeo publicado no site da SpinLaunch – o mesmo que você vê acima -, um teste já foi conduzido com sucesso. A ocasião não envolveu um foguete (o projétil lançado tinha pouco mais de três metros), mas a empresa assegura que a centrífuga estava funcionando a apenas 20% de sua capacidade, então as proporções podem ser ajustadas.

“Nós podemos, essencialmente, validar nossos modelos aerodinâmicos para o que um lançamento de veículo orbital iria corresponder, e isso nos permite experimentar novas tecnologias no que tange aos mecanismos de liberação de projéteis”, disse Yaney que, segundo sua própria descrição no LinkedIn, tem “mais de mil horas como piloto e é um empreendedor serial com 15 anos de experiência na criação de empresas listadas na Fortune 500, em campos como consultoria, TI, construção civil e aeroespacial”.

A premissa de lançar foguetes com “estilingue” traz uma solução para um problema que a indústria aeroespacial tradicional vem tentando resolver há anos: o espaço ocupado e o peso adicional imposto a foguetes e outros veículos de lançamento pelo combustível – propelentes líquidos, dependendo do caso, podem ocupar até metade da massa de um conjunto de lançamento (cápsula + foguete), efetivamente reduzindo a capacidade de armazenamento de carga, fora as questões ambientais.

Os lançamentos prometidos pela SpinLaunch, por outro lado, usarão uma quantidade módica de propelente – apenas o suficiente para que a cápsula lançada tenha força suficiente para a última parte do voo, quando o foguete começa a desacelerar e o primeiro estágio se destaca do conjunto.

No setor mais prático, a SpinLaunch ainda não tem uma prova conceitual de funcionamento, mas os testes executados até aqui asseguraram US$ 75 milhões (R$ 407,61 milhões) em financiamentos, em quatro rodadas de investimentos, de acordo com o Crunchbase – a rodada mais recente, em janeiro de 2020, trouxe nomes como Airbus e General Motors ao plantel de empresas que apostam no sucesso da startup.

Antes disso, em 2019, a companhia assegurou um contrato com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos para um projeto ainda não divulgado.

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