A missão Europa Clipper, que vai levar uma sonda massiva para as luas de Júpiter em 2024, usará um foguete reutilizável Falcon Heavy, da SpaceX, de acordo com a agência espacial norte-americana (Nasa). O anúncio feito pelo órgão confirmou outro detalhe: o foguete em questão será um “veterano” de viagens espaciais – dois dos três propulsores do primeiro estágio serão os mesmos que lançarão a missão Psyche, que sairá da Terra em 2022.

O anúncio sepulta de vez qualquer possibilidade da Nasa utilizar o Space Launch System (SLS), que ela vem desenvolvendo por conta própria e que será o protagonista do Programa Artemis, que levará o homem de volta à Lua em 2025.

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Imagem do propulsor Falcon Heavy, que será o transporte primário da missão Europa Clipper, da Nasa
O foguete Falcon Heavy, da SpaceX, será o transporte da sonda Europa Clipper, que vai em direção a Júpiter em outubro de 2024 (Imagem: SpaceX/Divulgação)

A Europa Clipper é assim nomeada por causa de seu objetivo principal: nesta missão, a Nasa pretende levar uma imensa sonda para investigar a lua “Europa”, uma das cinco maiores luas de Júpiter, que tem quase o tamanho da Terra. Entretanto, o sistema robusto também tem objetivos auxiliares, ao fazer várias passagens pela órbita do planeta e, consequentemente, coletar dados de outras das 79 luas do gigante gasoso.

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Não por menos, a missão da Nasa já excedeu seu orçamento originalmente previsto e, hoje, já passa da casa dos US$ 4,5 bilhões (R$ 24,89 bilhões). A sonda em si vai pesar algo em torno de seis toneladas e tem o tamanho aproximado de um prédio pequeno – isso, sem contar o foguete.

A única missão mais cara que essa na história da Nasa é o lançamento do telescópio espacial James Webb, em 18 de dezembro de 2021. Esta tem o custo de US$ 9 bilhões (R$ 49,77 bilhões). Vale lembrar, porém, que o telescópio não usará um foguete da SpaceX (tal honra pertence à francesa Arianespace).

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De acordo com informações técnicas divulgadas pela Nasa, a Europa Clipper usará um sistema de lançamento Falcon Heavy onde pelo menos dois dos três foguetes que o compõem serão “flight proven”, um termo aplicado a propulsores que já executaram pelo menos uma missão anterior. A grosso modo, o Falcon Heavy tem três propulsores – um Falcon 9 aprimorado para cargas pesadas no centro, e dois foguetes laterais parecidos com o Falcon 9 básico.

A SpaceX, convenhamos, tem experiência na reutilização de foguetes: a missão DART, que pretende se chocar contra um asteroide e (com sorte) desviar seu curso e testar capacidades de defesa planetária, usará um foguete Falcon 9 que, no passado, foi usado para posicionar satélites da Starlink – a plataforma de internet da empresa de Elon Musk. Mais além, as missões do Commercial Crew Program reutilizam naves e propulsores para enviar e trazer de volta astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS).

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Convenhamos, porém, uma viagem para Júpiter é algo bem mais grandioso em escala do que os exemplos acima. É provável, então, que os Falcon Heavy usados na Europa Clipper não voltem – então a missão, prevista para outubro de 2024, seria uma bela coroação de despedida.

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