Um dinossauro brasileiro foi anunciado nesta quinta-feira (18), pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Batizado Berthasaura Leopoldinae, o animal corresponde ao fóssil mais completo de um dinossauro do período Cretáceo já encontrado no país.

O nome do dinossauro serve para prestar três homenagens distintas: primeiro, à pesquisadora brasileira Bertha Lutz, bióloga, diplomata, política e figura ilustre do feminismo brasileiro. A segunda e terceira homenagens referem-se, respectivamente, à imperatriz Maria Leopoldina (uma das principais articuladoras do processo que levou à independência do Brasil em 1822) e à escola de samba carioca Imperatriz Leopoldinense.

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Ilustração mostra composição esquelética do dinossauro brasileiro Berthasaura Leopoldinae
Dinossauro brasileiro Berthasaura Leopoldinae teria vivido na América do Sul entre 70 e 80 milhões de anos atrás, mas seu porte era consideravelmente pequeno, não passando de 10kg de peso (Imagem: UFRJ/Divulgação)
Ilustração mostra visual do dinossauro brasileiro Berthasaura Leopoldinae
Feições incomuns do dinossauro mostram que ele não tinha dentes, o que causa dúvida nos cientistas quanto à sua alimentação (Imagem: UFRJ/Divulgação)

Segundo um comunicado divulgado pelo museu, o dinossauro brasileiro teria vivido entre 70 e 80 milhões de anos atrás, e o fóssil foi encontrado em ótimo estado de conservação na região rural de Cruzeiro do Oeste, a 530 quilômetros (km) de Curitiba, no Paraná.

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“Temos restos do crânio e mandíbula, coluna vertebral, cinturas peitoral e pélvica e membros anteriores e posteriores, o que torna ‘Bertha’ um dos dinos mais completos já encontrados no período Cretáceo brasileiro”, afirmou Alexandre Kellner, diretor do Museu Nacional, ao G1.

As escavações começaram em 2011 e foram até 2014, com o restante do período dedicado à análise minuciosa que determinou não apenas a origem e a idade aproximada do animal, mas também algumas características bastante incomuns.

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Foto mostra partes do esqueleto do Berthasaura Leopoldinae
Segundo a UFRJ, fóssil do Berthasaura Leopoldinae é um dos mais completos já descobertos no Brasil (Imagem: UFRJ/Divulgação)

A primeira e mais evidente é a feição da Berthasaura Leopoldinae: o focinho é relativamente reduzido e o animal é o primeiro exemplar edêntulo (sem dentes) encontrado na América do Sul. Esse detalhe é interessante pois levanta questões relacionadas à sua alimentação.

“Qual seria a dieta? A gente pode hipotetizar que ela poderia ter uma dieta diferente da maioria de dinossauros do seu grupo. Mas não é porque o animal é edêntulo que ele não pode ser capaz de comer carne”, ponderou Geovane Alves de Souza, pesquisador e aluno de doutorado do Museu Nacional, também ao G1.

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De acordo com Souza, o dinossauro era de porte relativamente pequeno, com mais ou menos um metro (m) de comprimento e não mais do que 80 centímetros (cm) de altura. Com base nesses números, os especialistas estimam que a Berthasaura Leopoldinae não pesasse mais do que 10 quilogramas (kg).

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