No Reino Unido, lagostas, caranguejos e polvos não eram reconhecidos como seres portadores de consciência, mas isso vai mudar com a inclusão dos animais em nova legislação, cujo projeto foi criado após um estudo financiado pelo governo.
O paper, feito pela London School of Economics and Political Science (LSE), concluiu que existem “fortes evidências” que os cefalópodes e decápodes – classificações dos animais mencionados – têm manifestações do que nós entendemos como “senso próprio de existência”.
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A proposta de lei em questão, intitulada “Animal Welfare (Sentience) Bill”, já reconhecia seres vertebrados como conscientes, mas falhava em oferecer o mesmo benefício a animais sem uma estrutura óssea definida. Essa definição é o que mudou em relação às lagostas, caranguejos, polvos e outras criaturas do tipo – apesar de não terem esqueletos, eles são dotados de sistemas nervosos centrais bastante complexos e, por isso, são capazes não só de sentir, mas também de aprender com o que sentem.
“A lei em questão oferece certeza crucial que o bem-estar animal seja corretamente levado em consideração no desenvolvimento de novas legislações”, diz trecho do comunicado no site oficial do Parlamento Britânico. “A ciência, hoje, nos é mais clara ao mostrar que decápodes e cefalópodes podem sentir dor e, por isso, é apenas correto que eles sejam cobertos por essa norma legal tão vital”.
Em vias de ser sancionada, a nova lei vai criar um comitê específico para cuidados da fauna, abordando diversas estruturas da natureza e composto por especialistas no setor, a fim de que eles produzam relatórios voltados a quão bem o governo leva em consideração o bem-estar animal no desenvolvimento de novas legislações.
Segundo o comunicado, indústrias pertinentes ao uso desses animais não devem ser afetadas. O mesmo texto, contudo, promete “planos para ampliar as mais poderosas proteções para o mundo dos animais de estimação, gado e selvagens”.
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