ETF ou Exchange Traded Fund é um fundo de investimento negociado na Bolsa de Valores como se fosse uma ação. Contudo, as cotas se apresentam em códigos e estão ligados ao mercado de criptomoedas. O primeiro ETF ligado ao bitcoin, uma das mais famosas moedas digitais, começou a ser negociado em outubro, nos Estados Unidos, e com isso, as dúvidas sobre o também chamado ‘fundo de índice’ começaram a surgir.

Segundo especialistas em entrevistas à CNN Brasil Business, a relação do ETF com bitcoins é vista como um passo importante para o setor dos criptoativos, além de ser considerada uma forma de aproximar investidores de varejo das criptomoedas. A forma de investimento também é tida como menos arriscada, já que usa o ‘índice’ de bolsas, como Ibovespa ou o Índice Brasil, para se nortear.

Como funciona o ETF?

Segundo explicação da Nubank, “um ETF é composto por uma série de ativos financeiros, administrados por uma gestora especializada, que tem como investidores um grupo de pessoas. Para investir no fundo, cada pessoa compra uma ‘cota’ de participação – cujo valor varia de acordo com o produto. Ou seja: em vez de investir diretamente, o investidor paga para ter uma cota de um fundo administrado por uma gestora.”

De olho nas criptomoedas: o que é ETF e como funciona?. Imagem: iStock

O objetivo é replicar os resultados de determinado índice. Se ele sobe, o ETF também deve subir, e vice-versa. Em resumo, o ETF é como uma cesta de ativos financeiros administrada por uma gestora, que tem como referência algum índice.

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De acordo com o country manager da exchange Ripio no Brasil, Henrique Teixeira, à CNN, existem dois tipos de ETFs, os totalmente lastreados em bitcoin, cuja cotação segue a da criptomoeda, e os que possuem uma carteira composta por vários ativos, com pesos diferentes na composição. Um funciona com renda variável, negociados na Bolsa de Valores, o outro como renda fixa, também negociados na Bolsa, mas compostos, principalmente, por títulos públicos ou privados.

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Primeiros pedidos de ETF foram rejeitados

A SEC (U.S. Securities and Exchange Commission) dos EUA é equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil, assim, ela é responsável pelo mercado financeiro do país e o órgão encarregado de autorizar ou não o lançamento dos ETFs ligados ao mercado de criptomoedas.

Desde 2013, ocorrem os pedidos para investimentos via ETFs, os quais a reguladora sempre matinha em análise e, posteriormente, rejeitava. A mudança na visão da instituição veio com a chegada do novo presidente da SEC, Gary Gensler, que apesar de algumas ressalvas, disse que poderia permitir a negociação.

Criado pela ProShares sob o código BITO, a aprovação do primeiro ETF então aconteceu em outubro desse ano, nos EUA. No Brasil, o primeiro ETF de criptomoedas, também lançado este ano, é negociado na B3, com o código HASH11.

Contudo, ainda há um percurso até que o investimento com ETFs esteja de acordo com o esperado pelos entusiastas das criptomoedas. Além disso, é cedo para prever como a novidade afetará o mercado cripto.

“Existem discussões se o ETF vai mexer de forma positiva ou negativa. Acho difícil de prever, mas considero que a história é diferente agora. O mundo está mais acostumado”, destacou o diretor de novos negócios da exchange Mercado Bitcoin, Bruno Milanello, à CNN.

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