A pandemia da Covid-19 fez duas lutas bastante divergentes, mas igualmente importantes, estagnarem nesses quase dois anos: a luta contra a desnutrição e a obesidade. A segunda, por exemplo, atingiu nada menos do que 40% dos adultos ao redor do mundo, segundo dados de uma pesquisa mundial sobre nutrição.

O Relatório Global de Nutrição (GNR, na sigla em inglês) de 2021, que foi divulgado integralmente no último dia 23 de novembro, apontou que mais de 149 milhões de crianças sofrem com baixa estatura, algo diretamente ligado à desnutrição. 

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“Apesar de alguns progressos, as pessoas ainda estão subnutridas”, disse Mariachiara Di Cesare, principal autora do relatório e especialista em estudos populacionais e saúde global na Universidade Middlesex do Reino Unido. Segundo ela, uma em cada cinco crianças é “baixa demais para a sua idade”.

Crescimento no número de mortes

lanches de fast food
Mortes que podem ser ligadas a dietas pobres cresceram 15% em pouco mais de 10 anos. Crédito: Shutterstock

O relatório também aponta que mortes atribuíveis a dietas pobres, que podem ter relação tanto com a desnutrição, quanto com a obesidade, aumentaram 15% desde 2010. Este crescimento é maior do que o da população mundial, que cresceu cerca de 1% ao ano no mesmo período.

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“Os altos custos humanos, ambientais e econômicos de continuar nossa trajetória atual são tão significativos que pagaremos um preço muito mais alto se não agirmos”, adverte o relatório. Dos 194 países avaliados, apenas 105 estão no caminho certo para combater a obesidade infantil.

Países estão fazendo pouco

“Não é suficiente apenas se comprometer com essas metas, mas é importante alavancar recursos para abordagens sustentáveis ​​para combater a obesidade e a desnutrição em todas as suas formas”, disse Marco Springmann, pesquisador sênior em sustentabilidade ambiental e saúde pública da Universidade de Oxford.

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Por conta disso, a equipe do GNR desenvolveu uma série de ferramentas com as funções de monitorar o progresso dos países nos compromissos de nutrição e para promover responsabilizações no caso dos países não alcançarem as metas estabelecidas. 

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Com base nessas ferramentas, foi possível levantar que a ingestão de frutas e vegetais ainda está cerca de 50% abaixo do nível recomendado, que são quatro porções por dia. Em contrapartida, o consumo de carne vermelha, alimentos processados e bebidas açucaradas não para de crescer.

Via: Medical Xpress

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