O Instituto Butantan possui 15 milhões de doses da vacina CoronaVac contra a Covid-19 em estoque e sem destino definido. Ou seja, nem o governo federal, nem os estados da federação demonstraram intenção de compra os imunizantes nacionais.

Em parceria com a chinesa Sinovac, o Butantan produz a CoronaVac que começou a ser aplicada na população brasileira no começo de 2021. Depois disso, outras três vacinas começaram a fazer parte da campanha de vacinação nacional: AstraZeneca, Pfizer e Janssen.

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Do período de janeiro a setembro, 100 milhões de doses da CoronaVac, que estavam previstas em contrato com o Ministério da Saúde, foram entregues e também distribuídas aos estados. Por outro lado, o Butantan produziu um lote extra de 15 milhões de doses entre os meses de julho e agosto.

Sendo assim, são justamente essas doses que estão sem destino definido e a validade desse lote vai até agosto de 2022, de acordo com o próprio Butantan.

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O Ministério da Saúde afirmou que segue as negociações para novas compras apenas com a Pfizer e a AstraZeneca. Além disso, 26 estados mais o Distrito Federal falaram que não possuem interesse de comprar mais doses de CoronaVac, pois já receberam o suficientes do Programa Nacional de Imunização (PNI).

Ilustração de imunizante CoronaVac
cadu.rolim/Shutterstock

A epidemiologista e ex-coordenadora do PNI, Carla Domingues, pontuou que a vacina ajudou na diminuição de casos graves e mortes. Porém, segundo ela, no cenário atual, com o avanço da vacinação e sem aplicação da dose de reforço, o uso da Coronavac acaba ficando limitado.

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“Se tivéssemos registro para utilizar nas crianças, acredito que teríamos uma ótima vacina. Sabemos que vacinas inativadas são muito importantes pra utilização no público infantil. Seria um avanço na vacinação, principalmente das crianças de dois a cinco anos”, explicou Domingues.

Com isso, o gerente geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, argumentou que a vacina ainda não foi autorizada para aplicação em crianças pela ausência de documentos complementares e mais assertiivos. Um deles é o estudo de imunogenicidade, o qual deveria ter sido apresentado em janeiro. Só que o prazo já foi prorrogado para março, e agora está previsto para janeiro do ano que vem.

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“É um estudo em que se acompanha ao longo do tempo o que a gente chama de titulação de anticorpos. Para crianças, está faltando apresentar um estudo com relevância estatística e significativa, mostrando que realmente há um resultado que demonstre proteção pra essa população”, concluiu Mendes.

Fonte: O Globo

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