Desde que a Teoria da Relatividade foi postulada por Albert Einstein em 1916, cientistas vêm tentando desafiá-la de toda forma, no intuito de encontrar algum ponto onde ela falhe. Ao final de 2021, eles ainda não conseguiram encontrar nada.

Em um estudo publicado no último domingo (13), pesquisadores da Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CISRO) – a principal agência científica da Austrália – observaram um sistema com dois pulsares por meio de dados coletados durante 16 anos (2003 – 2019) por sete observatórios com telescópios de rádio distintos.

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Nem mesmo um pulsar consegue desmentir a Teoria da Relatividade de Einstein, segundo pesquisa recente
Nem mesmo um pulsar consegue desmentir a Teoria da Relatividade de Einstein, segundo pesquisa recente (Imagem: Steven_Mol/Shutterstock)

Pulsares são um tipo de estrela de nêutron, o objeto mais denso do universo e que pode nascer de uma supernova. Seus pólos magnéticos emitem radiação e partículas de forma contínua. Visualmente, porém, essas emissões parecem pulsantes (daí o nome) devido ao fato de elas estarem em constante movimento de rotação.

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Os pulsares investigados no estudo estão há mais ou menos 2,4 mil anos-luz da Terra, com um deles girando em velocidade ultra rápida (44 vezes por segundo), enquanto o outro é “só” rápida (uma rotação a cada 2,8 segundos). Ambos giram em torno de um sistema binário, completando uma volta a cada 147 minutos e viajando pelo espaço a uma velocidade de um milhão de quilômetros por hora (km/h).

“Um movimento orbital tão rápido em objetos tão compactos — eles têm 30% mais massa que o nosso Sol, mas somente 24 km de diâmetro — nos permite testar diferentes previsões de cenário da Teoria da Relatividade de Einstein — sete no total”, disse o co-autor do estudo, Dick Manchester.

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E, segundo o time, todos os sete testes de fogo impostos à Teoria da Relatividade a confirmaram com uma precisão “sem precedentes”.

“Com exceção das ondas gravitacionais e a propagação da luz, a nossa precisão nos permite medir o efeito da ‘dilatação temporal’ que faz com que relógios corram mais lentamente em campos gravitacionais”, disse Manchester. “Nós até precisamos levar a famosa equação de Einstein [E=MC²] em consideração para contabilizarmos o efeito das radiações eletromagnéticas emitidas pelo pulsar mais veloz no movimento orbital”.

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Essa comprovação da teoria, contudo, não impedirá os cientistas de continuarem testando-na: “a relatividade geral não é compatível com as outras forças fundamentais da natureza, descritas pela mecânica quântica”, disse Robert Ferdman, co-autor do estudo e físico na Universidade de Anglia Leste, na Inglaterra. “Por isso, é importante continuarmos nossos testes da maneira mais exigente possível, para descobrir como e quando essa teoria se desfaz”.

Segundo o especialista, encontrar essa falha pode revolucionar o nosso entendimento da Física, ampliando nosso conhecimento para além do que a teoria atual rege. Eventualmente, isso nos permitirá uma compreensão mais aprofundada das forças que regem o universo.

O estudo completo pode ser encontrado no jornal científico Physical Review X.

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