A Airbus entregou a unidade derradeira do A380, o maior avião comercial do mundo, à Emirates Airlines. Na tarde da quinta-feira (16), o último Airbus A380 de produção, chamado de MSN 272, decolou das instalações em Hamburgo, na Alemanha, onde foi pintado e finalizado, para Dubai, sede da empresa cliente. A Airbus preferiu uma partida discreta por conta do recrudescimento da Covid-19 na Alemanha.

Lançado formalmente em dezembro de 2000, o A380 se tornou célebre por suas grandes dimensões: 72,5 metros de comprimento, 79,9 metros de envergadura e 634 toneladas de peso máximo. O avião foi oferecido a clientes que trabalhassem com até 835 passageiros, mas boa parte das companhias aéreas optou posteriormente por uma capacidade mais modesta, com 545 assentos.

O A380 voou pela primeira vez saindo de Toulouse, na França, em abril de 2005, e começou a operar comercialmente com a Singapore Airlines em outubro de 2007. A Airbus fabricou 251 unidades do avião, das quais 123 foram para a Emirates — e há quem alega que, se não fosse pela companhia árabe, o programa já teria sido encerrado há vários anos. O projeto custou cerca de 30 bilhões de euros (R$ 193,1 bi) para os contribuintes europeus.

Airbus A380
Funcionários da Emirates Airlines comemoram recebimento do seu último Airbus A380: projeto suntuoso foi fracasso de negócios (Emirates/Divulgação)

O que deu errado no projeto?

Em seus 16 anos de história, o Airbus A80 ganhou aplausos pelo conforto oferecido ao passageiro médio. Já para os clientes na primeira classe, era possível, até mesmo, a compra de viagens com direito a suítes de luxo.

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Financeiramente, no entanto, o modelo de negócios que deveria sustentar o projeto do A380 teve menos sucesso. Antes do ataque a Nova York em 2001, havia uma ideia de que o crescimento do transporte aéreo faria os gestores de aeroportos a aumentarem a capacidade de recepção de passageiros. Para lidar com o problema, a Airbus produziu um avião que fosse capaz de abrigar um grupo maior de clientes, reduzindo, assim, o número de voos necessários nas mesmas rotas. A tendência, porém, se deu no caminho inverso.

Principalmente com a pandemia de Sars em 2008 e a crise financeira global, o mercado demandou aeronaves menores e mais eficientes que pudessem operar economicamente nas mesmas rotas de forma subsequente. Auxiliados por avanços na tecnologia de motores, modelos comerciais como o 787 Dreamliner e o A350 se tornaram mais populares, principalmente pelo fato de serem mais baratos do que um titã suntuoso como o A380. O fim foi decretado em 2019.

Sobre o último voo do Airbus A380, o presidente da Emirates, Tim Clark, declarou oficialmente estar “convencido de que, na plenitude do tempo e com o benefício do rápido avanço das tecnologias espaciais, haverá um lugar para uma nova aeronave ecológica deste tamanho”. O executivo também observou que um futuro avião destas proporções ainda será necessário para lidar com o crescimento do transporte aéreo comercial nos próximos anos.

Via The Drive

Imagem: Eric Amoah/Shutterstock

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