Não é de hoje que a tecnologia tem um papel fundamental em todos os setores da sociedade. Ela revolucionou as relações, a economia, o trabalho, a saúde e o lifestyle das pessoas, uma vez que está cada vez mais inserida no dia a dia. Isso ficou ainda mais evidente após o início da pandemia, quando diversos processos tiveram que ser acelerados para que não precisassem parar durante o distanciamento social.

Cazuza dizia que o tempo não para. Eu digo que a tecnologia também não. Segundo estudo da International Data Corporation (IDC), mais da metade da economia global será baseada ou influenciada pelo digital em 2022. Com isso em mente, já é possível listar algumas inovações que estão no radar para o próximo ano e o que esperar delas.

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Para começar, a internet está prestes a se tornar mais acessível do que já é. Isso porque duas tecnologias serão complementares para diminuir a exclusão digital: o 5G e a internet via satélite. Enquanto o 5G precisa de uma grande infraestrutura para funcionar e tende a se concentrar nos centros urbanos, os usuários da internet via satélite estarão nas áreas rurais com acessos remotos.

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Outra tendência que já dava passos neste ano e deve se manter no próximo é o modelo híbrido ou completamente remoto de trabalho. Por conta da pandemia, muitas empresas precisaram se adaptar a este novo modelo de negócio e encontrar uma forma de melhorar a experiência do funcionário com todo o suporte necessário para as equipes que ficam à distância. Essa reorganização foi feita no susto, mas deu certo e deve continuar.

Para o comércio, o consumidor está cada vez mais no centro. A fim de melhorar a proposta de customer experience, chegam aos varejistas formas de realizar o checkout móvel, que substitui um caixa físico por um dispositivo móvel com software que integra tudo: ponto de venda, meios de pagamento e emissão de notas fiscais. Com isso, passam a ter informações dos clientes para fazer recomendações e ofertas com base em dados e históricos cadastrados.

Outra protagonista do próximo ano será a segurança digital. Após a LGPD, a computação trabalha como aliada na proteção da privacidade e na extração de dados. Além disso, também é importante destacar a malha de segurança cibernética, uma forma flexível de proteger os consumidores de crimes online e outras violações, que será amplamente distribuída no futuro.

A Inteligencia artificial estará mais presente que nunca, automatizando a atualização de dados e aplicativos. Segundo a mesma pesquisa, um quarto das empresas terá, ao menos, um projeto de software de IA, machine learning e deep learning até 2023. A engenharia de IA, com a governança, vai operacionalizar a entrega, garantindo o seu valor dentro dos negócios.

Com isso, chega também a IA Generativa que consiste num método de machine learning a partir dos dados. Ela pode ser aplicada em diversas atividades e tem potencial no desenvolvimento de novas formas criativas de um código de software ou em ação de marketing direcionado, por exemplo. Segundo levantamento do Gartner, essa tecnologia vai ser responsável por 10% de todos os dados produzidos até 2025.

Já ouviu falar de hiperautomação? Se a resposta é não, aguarde pois irá ouvir. Combinando a automação robótica dos processos (RPA) e a inteligência artificial (AI), esta tecnologia vai melhorar o processo de tomada de decisão reduzindo a necessidade da interação manual. As plataformas de hiperautomação são variadas, permitem escalabilidade, eliminam a burocracia, atuam com operações remotas de forma tranquila e podem ser aplicadas ao que as empresas já possuem, melhorando a performance e o desempenho com menos custos.

Por fim, para o setor de logística, flexibilidade, agilidade e inovação são as principais preocupações ao tentar impulsionar a agenda de negócios na cadeia de suprimentos. Por isso, é essencial a adoção de arquitetura de microsserviços e soluções em nuvem justamente por constituírem um conceito de empacotamento e implantação que visa acelerar os ciclos de vida de desenvolvimento e suportar a escalabilidade, seja para cargas de trabalho baseadas em nuvem, períodos de pico de vendas, transporte flexível e planejamento de entrega.

A tecnologia trará benefícios em diversos setores da economia e dá sinais de que vai continuar honrando seu papel de trazer mais qualidade de vida e de trabalho, estratégia e segurança para o próximo ano. Se foguete não tem ré, os rumos da tecnologia também não.

*Alessandra Montini é diretora do LabData, da FIA

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