Mais um termo tem surgido nas conversas relacionadas à tecnologia, ao blockchain e ao metaverso: a Web 3.0. Mas para entender o que é essa nova internet, primeiro temos que compreender as versões anteriores e mais “antigas” da web.

A primeira fase da internet marca a maneira como os usuários inicialmente interagiram na rede. A maioria era formada por consumidores passivos de conteúdo. Acessavam sites de notícias, portais, chats de bate-papo e alguns serviços de mensagens como ICQ e MIRC, mas ainda era uma relação muito mais estática do que dinâmica.

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Web 2.0

Com a Web 2.0, fase em que estamos, essa relação mudou. A interatividade ganhou força. Passamos de usuários passivos para ativos. A criação de conteúdo cresceu de forma exponencial. Interagir com outras pessoas tornou-se algo completamente normal. Alguém consegue imaginar a vida sem o Whatsapp? Ou se preocupar com pacotes de telefonia que ofereçam SMS e ligações à longa distância? Pois é, nesta fase o protagonismo do usuário ficou ainda maior.

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A rede se tornou mais social, criativa e colaborativa, mas isso teve um “preço”. Todas as plataformas, nas quais é possível criar conteúdo, têm acesso aos dados privados de seus usuários. Elas se aproveitam dessas informações para, dentro de seus algoritmos, enviar ofertas customizadas e bombardear as pessoas com informações que julgam relevantes.

O tema privacidade levantou diversas questões e gerou muitas polêmicas envolvendo players gigantes da internet, o que causou e ainda causa um certo desconforto para muita gente.

Além disso, a falta de interoperabilidade também gerou uma limitação. Se você utiliza o Facebook como rede social e quer se conectar com alguém que usa somente o Linkedin, por exemplo, tem que necessariamente criar um novo perfil e interagir na mesma rede. Mas com o advento das criptomoedas e blockchain, uma esperança de algo diferente surgiu.

Web 3.0

A Web 3 é a próxima fase da internet. Eu diria até que é a nova internet. Ela ainda está sendo construída, testada e implementada. Logo, ainda não há uma definição única e estabelecida do que ela é ou como será, mas já temos visto por aqui novidades que podem nos dar algumas pistas.

Para falar desse tema, precisamos ter em mente três palavras-chave: Interoperabilidade, Descentralização e Privacidade.

Em geral, a Web 3.0 se refere a uma internet possibilitada pelos blockchains das redes descentralizadas, como Ethereum, Solana e Avalanche, por exemplo. A principal inovação dessas redes é a criação de plataformas que nenhuma entidade central controla, mas que são extremamente seguras e confiáveis. A ideia principal é dar mais protagonismo, privacidade e controle aos usuários.

A principal vantagem da Web 3 é que ela tenta resolver o maior problema gerado pela Web 2: a coleta de dados pessoais por redes privadas, que são vendidos a anunciantes ou até mesmo atacados por hackers.

Uma internet em que você controla para quem manda o dinheiro e qual moeda (criptomoedas), e que ainda garante a sua privacidade sem que haja algoritmos salvando seus dados intermitentemente. Onde você possa fazer buscas sem que depois surjam insistentes anúncios sobre o tema, e se consiga utilizar navegadores que não acessam nada mais do que o endereço de sua carteira de criptomoedas. Essas opções já existem.

O futuro da web é aumentar a usabilidade e a escalabilidade. Para que a visão da Web 3.0 se torne realidade, mais pessoas terão de começar a usar os aplicativos que surgem com esse intuito. Mas a adesão pode não ser tão rápida, já que as pessoas costumam optar pelo que já lhe é familiar, sobretudo quando falamos de novas tecnologias.

Como nas versões anteriores da internet, não existe um único criador da Web 3.0. Em vez disso, ela nasce e deve crescer de forma colaborativa entre diferentes indivíduos e organizações.

Além de tudo isso, também teremos essa integração com o Metaverso. Na teoria, tudo está interligado para devolver o controle e privacidade total ao usuário.

Eu estou muito empolgado. E vocês?

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