Uma pesquisa realizada pela consultoria norte-americana BCG (Boston Consulting Group) revela que a economia mundial deve se esforçar mais para atingir a neutralidade de carbono, um dos objetivos previstos pelo Acordo de Paris para contornar as mudanças climáticas.
Para cumprir a meta até 2050, será preciso investir algo na casa de US$ 21 trilhões (R$ 119 trilhões) em tecnologias de baixo carbono partindo de 2022 até 2030, o que representa uma média anual de US$ 470 bilhões — na prática, cerca de oito vezes o total aplicado na causa em 2021.
Se os valores astronômicos assustam, outra questão que vale ser discutida é para onde foram destinados os últimos aportes. Nos últimos cinco anos, por exemplo, uma fatia de 41% de um montante de US$ 156 bilhões foi destinada apenas para veículos elétricos, um nicho já relativamente estabelecido no mercado.
Em contrapartida, tecnologias mais novas que também podem auxiliar a reprimir o aquecimento global representam uma fatia mínima de apenas 3% dessa quantia. Alguns exemplos são o hidrogênio verde e soluções de análise climática.
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Sobre o achado, Bruno Simão, diretor-executivo e sócio do BCG, comentou que alguns fundos de investimento “estão demorando para enxergar o potencial” dessas novas tecnologias, que, segundo o executivo, representam uma “oportunidade única para combater as mudanças climáticas”.
“São alternativas que podem diferenciar as empresas que as adotam” e também “quem investe nelas”, acrescentou.
No fim, a boa notícia é que a aposta em tecnologias de baixa carbono quase dobrou em 2020, segundo os números da BCG. No total, o valor dos investimentos na área chegará a US$ 57 bilhões (R$ 322,6 bilhões na cotação atual) até o fim deste ano.
Via: Forbes
Imagem principal: petrmalinak/Shutterstock
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