2022 já está começando com bastante preocupação na França. Além da Covid-19, o país europeu também está enfrentando ondas simultâneas de casos de gripe e gastroenterite. Com isso, os franceses temem que a capacidade de leitos hospitalares disponíveis no país seja atingida em um futuro próximo.
Em entrevista à Rádio França Internacional (RFI), o ministro da Saúde da França, Olivier Véran, declarou que o principal risco que as ondas simultâneas causam é a saturação dos leitos convencionais no país. Segundo ele, isso acontece porque a variante ômicron da Covid-19 é um pouco menos agressiva que as outras cepas.
“A ômicron é menos perigosa, causa menos casos de desconforto respiratório agudo e a necessidade de leitos de UTI é menor em relação a outras variantes”, declarou Véran. “No entanto, pacientes mais sensíveis, podem apresentar quadros de febre alta, que precisam de três ou quatro dias de oxigênio, o que aumenta o fluxo de pacientes em leitos convencionais”, completou o ministro.
Recordes de infecções
A variante ômicron tem feito com que a França bata recordes de infecções pela Covid-19. Na semana do Natal, por exemplo, o país teve a maior média móvel de novos casos desde o início da pandemia, com mais de 1.500 casos para cada 100 mil habitantes.
Além da ômicron, a variante delta da Covid-19 também está correndo solta em território francês. Porém, a delta, que é mais perigosa, porém, menos transmissível que a ômicron, tem perdido espaço no “duelo de variantes” e deve deixar de ser a cepa dominante no país.
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Com um número de infecções diárias próximo de 200 mil, os hospitais franceses devem enfrentar um aumento na quantidade de pacientes já nas próximas semanas. Além da Covid-19, os casos de gripe e gastroenterite, que são comuns no inverno francês, devem piorar a situação.
“A gripe começou e casos mais graves de gastroenterites já chegaram ao hospital”, disse o ministro da saúde francês. “Dos 400 mil leitos que contamos no país hoje, 20 mil já estão ocupados por pacientes Covid antes mesmo de sentirmos o impacto da onda de ômicron”, disse Véran.
Medidas de contenção
Para tentar conter uma nova onda de Covid-19, causada pela variante ômicron, o governo da França está aumentando os esforços para a vacinação no país. A imunização não evita as contaminações, mas reduz o risco de infecções moderadas e graves.
Atualmente, todos os adultos já podem receber a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 na França. O reforço pode ser aplicado três meses depois da aplicação da segunda dose. Desde dezembro também, crianças de 5 a 11 anos podem ser vacinadas no país.
O governo também estuda como aumentar a pressão sobre os quase 5 milhões de franceses com 12 anos ou mais que ainda não se vacinaram. A partir desta segunda-feira (3), a Assembleia Nacional francesa deve votar um projeto de lei que torna o passaporte de vacina obrigatório para acesso a locais públicos.
Caso o projeto seja aprovado, o acesso a restaurantes, bares, cinemas, academias, eventos esportivos, e até hospitais, será condicionado à apresentação do passaporte vacinal. Testes negativos não serão mais aceitos e o comprovante deverá contar com a terceira dose para os que já forem elegíveis.
Via: Rádio França Internacional
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