Provando que “panela velha é quem faz comida boa”, o telescópio espacial Hubble – lançado em 1990 – fez uma imagem da galáxia NGC 976, que foi palco de uma poderosa explosão supernova há milhares de anos.

A galáxia é parte da constelação de Áries, há 150 milhões de anos-luz da Terra. Assim como a nossa Via Láctea, ela também tem formato espiralado, embora seus “braços” pareçam ser bem mais espaçados que a nossa configuração levemente “comprimida”.

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Imagem da galáxia NGC 976, capturada pelo Hubble e que serve de casa para uma supernova
A galáxia NGC 976, casa de diversas estrelas gigantes e supernovas que nos ajudam a calcular distâncias de objetos extremamente distantes no espaço (Imagem: ESA/Hubble & NASA, D. Jones, A. Riess et al/Reprodução)

Supernovas, como já mencionamos anteriormente, são explosões cataclísmicas de estrelas que chegam ao fim de suas vidas. Estrelas vivem em um equilíbrio entre pressão (força de dentro para fora) e gravidade (de fora para dentro). Eventualmente, a estrela queima todo o seu combustível, esfria, a pressão cai e a gravidade vence, fazendo com que o astro em questão entre em um colapso muito rápido e muito violento.

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Para os entusiastas da astronomia, as supernovas são eventos extremamente importantes pois, não apenas oferecem um show de imagens à parte, também ajudam especialistas a medir distâncias até galáxias mais distantes — o montante energético de uma explosão deste tipo é bastante uniforme, permitindo que astrônomos tirem estimativas de longas distâncias com base no quão brilhantes as explosões são em relação à posição da Terra.

Nisso entra a NGS 976, que é uma galáxia que serve de casa tanto para supernovas como para estrelas conhecidas como “Cefeidas variáveis” – supergigantes amarelas com 100 a 30 mil vezes o brilho do nosso Sol. Elas também são objetos usados para cálculos de distâncias espaciais, e como a galáxia em questão tem as duas ferramentas em abundância, ela se torna um laboratório natural de pesquisa do assunto.

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Originalmente lançado em abril de 1990, o telescópio espacial Hubble deixou de receber visitas físicas de astronautas para manutenção há 10 anos, efetivamente servindo como prenúncio do fim de sua vida. Embora ele agora só consiga receber manutenção de maneira remota (como nas duas vezes em que ele ficou inoperante em 2021), uma década depois e com um sucessor espiritual já no espaço (o James Webb), ele ainda segue criando essas enormes — e belíssimas — projeções.

Algumas descobertas notáveis do espaço vieram pelas lentes do Hubble, que não vive só de observar uma supernova: as luas Nyx e Hidra, de Plutão vieram dele, que também descobriu que quase toda galáxia tem um buraco negro supermassivo “ancorando” sua posição e, finalmente, foi ele quem nos ajudou a determinar a idade do universo — 13,8 bilhões de anos.

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