Em novo estudo, cientistas da Academia Chinesa de Ciências detalha o descobrimento de um “cérebro de Einstein” – um cérebro de proporções maiores que as normais – descoberto em Xujiayao, no norte da China. A descoberta, naturalmente, não foi do órgão em si, mas sim por meio da caixa craniana de seu dono, um fóssil identificado na década de 1970, com idade entre 200 mil e 160 mil anos.

Segundo a pesquisa, trata-se do “hominídeo mais cabeçudo do meio do Período Pleistoceno”. Wu Xiujie, pesquisador do Instituto de Paleontologia Vertebrada e Paleoantropolodia da academia, coordenou uma equipe que fez a reconstrução do crânio do fóssil – um jovem adulto masculino.

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Imagem mostra todos os itens do fóssil conhecido como "Homem de Xiujyaio"
O fóssil do “Homem de Xujiayao”, na China, tinha um cérebro bem avantajado para a época em que viveu. Fóssil encontrado nos anos 1970 pode ter até 200 mil anos de idade (Imagem: Nature/Reprodução)

“As conclusões trazem as primeiras evidências de um tamanho de cérebro que fica na categoria mais alta dos neandertais e Homo sapiens”, disse Wu, co-autor do estudo.

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Segundo o especialista no assunto, o “Homem de Xujiayao”, como o fóssil ficou conhecido, era consideravelmente menor que o “Homem de Xuchang”, descoberto depois. Entretanto, o primeiro era 60 mil anos mais velho que o segundo, mas com o cérebro maior, estimado em 1,7 mil centímetros cúbicos (cm³).

A alcunha de “cérebro de Einstein” é algo comumente usado pela ciência para definir cérebros especialmente grandes. Albert Einstein, um dos maiores nomes da Física e autor da Teoria Geral da Relatividade, morreu em abril de 1955 e, segundo autópsia, tinha um cérebro de 1230 cm³ – há, até hoje, quem faça correlações entre conhecimentos acima da média com o tamanho do cérebro.

O homem moderno, os neandertais e os denisovanos eram contemporâneos, com o Homem de Xujiayao apresentando dentes muitos parecidos com os nossos. Antigamente, cientistas afirmavam que o cérebro humano foi se desenvolvendo e crescendo com o passar dos anos.

Entretanto, a descoberta do “Homem de Flores” (Homo floriensis), na Indonésia em 2003 desafiaram esse conceito. O fóssil em questão tinha “apenas” algo entre 100 mil e 50 mil anos, mas um cérebro de 400 cm³. O Homem de Xujiayao é consideravelmente mais velho, mas tinha um órgão quase quatro vezes maior.

Os cientistas por trás do estudo estão empolgados em continuar trabalhando a descoberta, afirmando que ela traz “mais uma peça importante no quebra-cabeças da evolução humana”.

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