Nesta terça-feira (18), conforme anunciado pelo Olhar Digital, um asteroide “potencialmente perigoso”, maior do que o morro do Corcovado (no Rio de Janeiro) passará próximo à Terra. E você poderá assistir ao vivo a esse evento, graças ao Projeto Telescópio Virtual da Itália, com sede em Roma, que sediará um livestream (transmissão on-line) a partir das 17h (horário de Brasília).

Posição de (7482) 1994 PC1 em relação aos “planetas interiores” do sistema solar, calculada em 1º de janeiro de 2022. Imagem: Tomruen / Wikimedia Commons

Nesse momento, o asteroide 7482 (1994 PC1) estará quase em sua posição mais próxima da Terra: 1,6 milhões de km, a menor distância que chegará do nosso planeta por pelo menos 200 anos, de acordo com a EarthSky.

“O Virtual Telescope Project o mostrará ao vivo, on-line, em tempo real de voo, quando atingir o pico de brilho”, afirmou o fundador do projeto, o astrofísico Gianluca Masi. Para assistir, clique neste link.

Outra transmissão ao vivo será feita por Cristóvão Jacques, astrônomo mineiro que foi convidado do Olhar Espacial na última sexta-feira (14). Você poderá assistir pela janela abaixo:

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Posição mais próxima será de quase 5 vezes a distância entre a Terra e a Lua

Descoberto em 1994 por um observatório na Austrália, o 7482 (1994 PC1) tem cerca de 1,1 km de diâmetro, e é um objeto rochoso do grupo Apollo.

De acordo com o Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS), gerenciado pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa, em sua aproximação máxima de nós, às 18h51, o asteroide estará a uma distância equivalente a pouco mais de 5 vezes a distância média entre a Terra e a Lua, que é de 384,4 mil km.

Segundo o Space.com, a agência espacial norte-americana está trabalhando para cumprir uma orientação do Congresso de buscar e relatar pelo menos 90% de todos os NEOs de tamanho igual ou maior do que 140 metros, e planeja lançar uma missão ao espaço até 2026, chamada NEO Surveyor. A missão, agora, deve atingir essa meta até 2036 – embora fosse desejo da Nasa ter concluído o trabalho em 2020.

Com uma rede de telescópios parceiros no espaço e no solo constantemente em busca de NEOs, a Nasa monitora os objetos potencialmente perigosos por meio de seu Escritório de Coordenação de Defesa Planetária.

Por enquanto, não temos ameaças iminentes para nos preocupar, mas a agência continua a realizar pesquisas, como forma de precaução. Um exemplo é o Teste de Redirecionamento de Asteroides Duplos (DART), lançado em 24 de novembro, que buscará alterar o caminho de um asteroide e sua lua no fim deste ano.

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O 7482 (1994 PC1) completa uma volta ao redor do Sol a cada 572 dias, com sua distância até nossa estrela variando entre 0,9 e 1,8 unidades astronômicas (AU). Uma AU é a distância entre a Terra e o Sol – cerca de 150 milhões de km.

O asteroide tem seus parâmetros orbitais bem conhecidos, e não há nenhum risco de colisão com nosso planeta, nem nesta aproximação nem no futuro. A última vez que ele passou tão perto de nós foi em 17 de janeiro de 1933, quando chegou a 1,1 milhões de km.

Com brilho 10 na escala de magnitude, ele não será visível a olho nu. Porém, poderá ser visto com um bom telescópio. Para um observador em Brasília, ele surgirá 62º acima do horizonte a sudoeste a partir das 19h45, na direção da constelação de peixes, descendo gradativamente até se pôr às 0h44 do dia 19.

Esse asteroide é perigoso ou não?

Pela definição da União Astronômica Internacional (IAU), devem ser classificados como Asteroide Potencialmente Perigoso (PHA, Potentially Hazardous Asteroid) todos aqueles que se aproximem da Terra a menos que 7,5 milhões de Km e que tenham tamanho maior do que 140 metros de diâmetro, o que lhes dá o potencial para causar danos regionais significativos em caso de impacto.

Ou seja, (7482) 1994 PC1 atende aos dois requisitos, mesmo que não haja nenhuma chance de impacto. Aliás, a probabilidade de impacto sequer é considerada na classificação de um asteroide como PHA ou não.

Ainda assim, asteroides potencialmente perigosos precisam ser monitorados constantemente para que possamos perceber qualquer alteração em sua órbita que possa representar algum risco de impacto no futuro. Mas é só isso.

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