Em agosto de 2021, a Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou que recebeu um número recorde de 22.589 inscrições de pessoas interessadas em fazer parte de sua próxima geração de astronautas. Agora, a lista foi reduzida para 1.400 selecionados, dos quais 29 têm algum tipo de deficiência física.

ESA quer reduzir a lista final para 4 a 6 novos candidatos a astronautas. Imagem: Dotted Yeti – Shutterstock

E essa foi apenas a primeira etapa eliminatória. A agência ainda pretende filtrar a lista algumas vezes até o final do ano, para, finalmente, escolher e anunciar os quatro a seis novos viajantes espaciais.

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Segundo o diretor-geral da ESA, Josef Aschbacher, o processo seletivo seria acompanhado de um estudo de viabilidade para determinar as implicações da escolha dos candidatos com deficiência “mas, sim, estamos comprometidos na ESA em abrir espaço para todos”.

ESA quer passar a fazer seus próprios lançamentos

Há décadas, a ESA conta com as agências russa e americana para lançar seus astronautas no espaço. No entanto, Aschbacher disse que a Europa pode finalmente ter sua própria nave tripulada se os países membros da ESA aprovarem a ideia em uma reunião no fim deste ano.

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“Não estamos falando apenas de lançamentos, estamos falando de exploração humana”, disse ele, acrescentando que futuras missões procurariam enviar astronautas para a Lua “e além”.

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Enquanto isso, a agência continuará a desenvolver sua capacidade robótica, incluindo uma espaçonave capaz de transportar grandes cargas para a Lua que apoiaria missões conjuntas com parceiros como a Nasa.

A ESA também está nos estágios iniciais de trabalho em uma sonda que voaria para Encélado, uma lua congelada de Saturno, para coletar uma amostra de gelo e trazê-la à Terra. “Pode ser que haja vida muito simples e primitiva na água sob a cobertura de gelo”, disse Aschbacher. Um desafio é que, com a tecnologia atual, o caminho de ida e volta pode levar décadas para ser concluído.

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O tempo também é um fator crucial na substituição de um dos satélites científicos da ESA, o Sentinel 1-B, que parou de funcionar corretamente no fim de dezembro. Simonetta Cheli, diretora de observação da Terra da agência, disse que a causa raiz do mau funcionamento ainda estava sendo investigada e que era muito cedo para dizer se o modelo sucessor, Sentinel 1-C, precisará ser modificado para evitar sofrer um destino semelhante.

Segundo Cheli, qualquer atraso na substituição do Sentinel 1-B pode causar problemas para os cientistas que dependem dos dados do satélite para suas pesquisas, inclusive sobre as mudanças climáticas. “É claro que precisaríamos tentar procurar opções para lançar um substituto o mais rápido possível se o 1-B terminar sua vida útil”.

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