Com o objetivo de encontrar maneiras de ir e voltar de Marte com um desperdício mínimo de materiais, a Nasa lançou um desafio público, com premiação para as soluções selecionadas.
De acordo com o site Space.com, a agência espacial, em parceria com a plataforma de crowdsourcing HeroX, criou o desafio “Waste to Base”, que busca de ideias para reciclar lixo, resíduos, dióxido de carbono e materiais de espuma durante uma missão tripulada com duração de dois a três anos ao Planeta Vermelho.
Para quem não sabe, crowdsourcing é o nome que se dá a processos de obtenção de serviços, ideias ou conteúdo mediante a solicitação de contribuições de um grande grupo de pessoas.
Segundo a HeroX, os competidores têm até 15 de março para entrar no desafio, que conta com prêmios de até US$1 mil (R$5,5 mil, aproximadamente), totalizando US$24 mil. Os vencedores devem ser anunciados até 26 de abril, de acordo com o site do desafio, e as ideias acolhidas se tornarão parte do roteiro para os futuros esforços de desenvolvimento tecnológico da Nasa.
Propostas devem obedecer a critérios definidos pela Nasa
“Este desafio é sobre encontrar maneiras de converter resíduos em materiais básicos e outras coisas úteis, como propelente ou matéria-prima para impressão 3D“, explica a plataforma. “O desafio é apresentar suas ideias de como converter diferentes fluxos de resíduos em propulsores e em materiais úteis, que podem então ser transformados em coisas necessárias e usadas várias vezes. Embora um ciclo perfeitamente eficiente seja improvável, as soluções ideais resultarão em pouco ou nenhum desperdício”.
Para participar, de forma individual ou em equipe, os interessados devem ter 18 anos ou mais e podem ser originários de qualquer país do mundo, desde que sua jurisdição não esteja sob sanções federais dos EUA.
Embora os organizadores estejam interessados em ideias em qualquer nível de maturidade técnica, segundo o comunicado oficial do desafio, eles esperam que a maioria das submissões contenha ideias em estágio inicial ou modificações das tecnologias existentes. Há uma preferência por abordagens que podem ser implementadas dentro de cinco anos, e todas as tentativas devem ser feitas para minimizar a massa e o volume.
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Além disso, as abordagens propostas devem ser compatíveis com uma série de restrições de naves espaciais, como, por exemplo:
- As soluções devem ocupar um volume total equivalente ao tamanho de uma geladeira padrão ou menor. O volume pode ser ocupado em qualquer fator de forma que seja apropriado. (Para referência, um rack de carga padrão na ISS ocupa um volume de 2 metros de altura, 1,05 metros de largura e 0,86 metros de profundidade – com um volume total utilizável de 1.571 m³)
- A massa deve ser inferior a 300 kg, e o competidor deve ter em mente que um dos critérios de sucesso é a redução da massa de lançamento alcançada.
- O consumo de energia deve ser inferior a 500W contínuo, com pico inferior a 700W.
- Os processos propostos devem considerar como gerenciar o calor dos resíduos.
- As soluções devem ser robustas para o voo espacial e cargas de lançamento.
Humanos devem pisar em Marte na próxima década
Os participantes podem submeter ideias a mais de uma categoria e também podem sugerir várias ideias para a mesma categoria, desde que as propostas sejam substancialmente diferentes umas das outras.
Embora a Nasa ainda não tenha estabelecido um cronograma definitivo para levar humanos a Marte, a agência especulou nos últimos anos que pode ser capaz de chegar lá até meados da década de 2030.
A curto prazo, a agência espera colocar astronautas da missão Artemis na Lua até, pelo menos, 2026. E as missões lunares podem ajudar a substanciar futuras missões a Marte.
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