Novas observações do asteroide 2022 AE1 afastaram definitivamente a possibilidade dele atingir a Terra. A informação foi atualizada pelo Sentry, o serviço de monitoramento e alerta de impactos da Nasa, que removeu o 2022 AE1 da lista de objetos monitorados. Isso significa que o asteroide, com cerca de 70 metros, não tem qualquer risco de atingir a Terra nos próximos anos. 

O 2022 AE1 recebeu uma atenção especial dos astrônomos nos últimos dias por conta de uma pequena chance de impactar a Terra em 2023. Logo após sua descoberta, os cálculos apontavam uma chance de 0,034% do asteroide atingir nosso planeta no dia 4 de julho de 2023. Após novas observações, 6 dias após a descoberta, essas chances foram elevadas para 0,055% e para 0,067% no dia seguinte.

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Representação artística de um asteroide passando próximo à Terra – Créditos: ESA / P. Carril

No dia 14 de janeiro, as chances foram atualizadas para 0,06%. Depois disso o asteroide “se escondeu” no brilho da Lua e só voltou a ser visto novamente na última quinta, dia 20. Com os dados de 16 dias de observação, a precisão dos cálculos foi aumentada e as chances de impacto foram reduzidas para apenas 0,0014%. Por fim, no último sábado, 22 de janeiro, os mais recentes dados afastaram completamente as chances de impacto com a Terra. 

Acompanhar a evolução desses cálculos, desde o alerta inicial até que o risco fosse definitivamente afastado, pode até ter deixado muita gente apreensiva, mas esse desfecho já era, de certa forma, esperado, tanto para os astrônomos, quanto para aqueles que acompanharam o caso através do Olhar Digital.

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A preocupação em tranquilizar os leitores quanto ao risco de impacto estava presente desde nossa primeira matéria sobre o assunto até a conversa com o astrônomo Cristóvão Jacques no Olhar Espacial do último dia 14. Inclusive naquela ocasião, foi informado que passaríamos uns dias sem atualizações (por conta da Lua) mas que, provavelmente, o risco de impacto seria afastado depois disso.

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2022 AE1 ainda merece atenção

A partir dos dados que já temos sobre o asteroide 2022 AE1, é possível afirmar que ele não vai atingir nosso planeta em 2023 e provavelmente também não oferece risco para os próximos 200 anos. Mas ainda é preciso ficar de olho nele por dois motivos: os dados da sua órbita ainda são muito imprecisos e ele passa muito próximo da órbita da Terra. 

Um dos parâmetros mais importantes para determinação do risco de um asteroide é o MOID, a sigla em inglês para distância mínima de intersecção orbital. Essa seria a menor distância entre duas órbitas, a do asteroide e a da Terra. Se essa distância for inferior ao raio da Terra (6.371 km), significa que ele poderia atingir a Terra um dia, caso os dois passassem por essa intersecção no mesmo momento.

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É como o cruzamento entre duas vias. Se uma delas passa sobre a outra por um viaduto (MOID maior que a altura do carro), não há possibilidade de um carro de uma via atingir o da outra. Já se as vias se cruzam no mesmo nível (MOID = 0), pode ocorrer um impacto caso os dois veículos passem pelo cruzamento na mesma hora.

Ocorre que o MOID entre o asteroide 2022 AE1 e a Terra foi calculado em cerca de 13 mil km. Isso significa que, se um dia, ambos passarem por essa intersecção na mesma hora, o asteroide passará perigosamente a pouco mais de 6 mil km da superfície da Terra. Mas por enquanto, não há previsão de nenhuma passagem tão próxima no futuro. 

Aproximação do Asteroide 2022 AE1 em julho de 2023. Imagem: JPL/NASA

Nunca é demais lembrar que asteroides podem sofrer pequenos desvios em sua órbita no decorrer dos anos. Por isso, é importante seguir monitorando esses objetos que passam próximos à Terra. De toda forma, não deixa de ser um alívio saber que, pelo menos por enquanto, não há mais chances do 2022 AE1 atingir nosso planeta em 2023. 

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