Na noite de sábado (29), um fenômeno luminoso foi visto nos céus do Maranhão e do Tocantins. Especialistas acreditam ter sido causado pela reentrada de lixo espacial na nossa atmosfera, provavelmente um pequeno satélite Starlink lançado em 2020.

Um dos fatores que reforçam a tese de que se tratava de um detrito espacial é a lentidão com que a luz se movia: a passagem durou mais de 20 segundos. Um meteoro rochoso seria muito mais rápido.

Objetos cada vez mais comuns

Nos últimos tempos, satélites e pedaços de foguete “caindo” se tornaram algo comum, em especial em razão da nova era da exploração espacial e da ocupação da órbita terrestre, que está lotada de objetos enviados da Terra ao espaço. E a captação desses eventos, com a modernidade, tornou-se quase corriqueira.

“Com a facilidade dos smartphones sempre à mão, aumentam os registros de objetos reentrando em nossa atmosfera, tanto naturais, como meteoros e bólidos, como lixo espacial. É algo que vamos ver com cada vez mais frequência. Infelizmente, pois prejudicam as observações astronômicas. Mas não deixam de ser uma ocasião interessante para quem presencia”, disse Julio Lobo, astrônomo do Observatório Municipal de Campinas (SP), em entrevista ao site Tilt, da UOL.

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Entenda o fenômeno luminoso

Quando um objeto atinge nossa atmosfera em uma velocidade extremamente alta, ele queima, por consequência do atrito com o ar, provocando o fenômeno luminoso como o que foi visto na noite de sábado no Brasil. Durante o processo, o objeto é vaporizado e quase totalmente desintegrado — quando sobram partículas que de fato atingem o solo, elas são muito pequenas. 

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Outro motivo pelo qual é bastante provável que se trate de um satélite de internet da rede Starlink, da SpaceX, é o fato de que havia uma previsão de reentrada do satélite Starlink 1840 para ontem à noite, aproximadamente no mesmo horário e local:

Lançado em 25 de novembro de 2020, o satélite de número 1840 está entre os quase 2.000 minissatélites Starlink na órbita da Terra. Com aproximadamente 230 kg cada, eles são pequenos e relativamente frágeis: uma fina estrutura metálica que abriga instrumentos e painéis solares. 

Como a velocidade orbital é de 27 mil km/h, quase toda estrutura de um satélite Starlink é desintegrada em uma reentrada. “Esse satélite é muito frágil, muito fino, pequeno e leve. Dificilmente, alguma parte vai sobreviver à passagem atmosférica. Ele é inofensivo para pessoas em solo. Ele não tem tanques de hidrazina dos satélites convencionais, que poderiam, sim, ser um risco”, acredita Marcelo Zurita, diretor técnico da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon) e colaborador do Olhar Digital.

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