Os EUA estão correndo para recuperar um F-35C Lightning II que caiu no Mar da China Meridional na semana passada, mais precisamente no dia 24 de janeiro. A moderna aeronave de quinta geração é uma das mais avançadas do mundo, carregando altas tecnologias “que devem ser protegidas a todo custo”.

As operações para recuperação do jato são desafiadoras. Em meio aos planos para essa tarefa, há o receio de que, por estar em águas internacionais, “ganhe” aquele que encontrar a aeronave primeiro. O Ministério das Relações Exteriores da China, apesar do país reivindicar quase todo o Mar da China Meridional, afirmou que não tem interesse no F-35C.

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Nos últimos dias, a Guarda Costeira do Japão emitiu um Aviso de Navegação para operações de salvamento em uma porção norte do Mar da China Meridional, na região de um grupo de ilhas artificiais nas quais Beijing construiu uma base aérea e outras infraestruturas militares.

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O comando da Marinha dos EUA, por sua vez, disse que está fazendo arranjos para recuperar o F-35C, que caiu primeiramente no convés do porta-aviões Carl Vinson e depois na água, ferindo o piloto e seis marinheiros. Um vídeo de momentos antes do incidente foi compartilhado nas redes sociais, além da imagem da aeronave já no mar.

O piloto ejetou antes que o jato caísse na água, com todos os feridos (incluindo ele) sendo evacuados para as Filipinas, para atendimento médico. Enquanto isso, a 7ª Frota dos EUA tem um navio de resgate, o USNS Salvor, que poderia recuperar o F-35C do fundo do Mar da China. Esta mesma embarcação já recuperou anteriormente um Boeing Vertol (UH-64D Sea Knight) de 5.258 m.

Correndo contra o tempo

Segundo a consultora de defesa Abi Austen, já é tarde demais para os norte-americanos. Isso porque a bateria da caixa preta vai acabar antes que seja realizado o resgate da aeronave, dificultando sua localização.

Para Austen, é de vital importância que os EUA peguem o caça de volta. “O F-35C é basicamente como um computador que voa”. Projetado para conectar outros meios, sua tecnologia possui algo que a Força Aérea norte-americana entende como sendo a ligação entre sensores e atiradores. De acordo com a consultora (que, dentre outras coisas, é ex-diplomata da Otan e da União Europeia), a China não tem essa tecnologia, então colocar as mãos nela seria um grande salto.

Dentre os recursos de alta tecnologia do F-35C, há um sistema de missão de rede que permite o compartilhamento em tempo real das informações coletadas durante o voo. A aeronave também é a primeira baseada em porta-aviões da Marinha dos EUA com baixa visibilidade ao radar – o que permite operar sem ser detectada no espaço aéreo inimigo.

O jato redefiniu as habilidades do caça multifuncional. Ele pode voar com até 1,6 Mach e tem um alcance de 2.200 km. Com 15,7 m de comprimento, o F-35C Lightning II tem uma envergadura de 13,1 m e pode suportar uma carga de mais de 7,5 toneladas. Seu preço é de cerca de US$ 100 milhões, que seriam mais de R$ 532 milhões hoje (04/02) em valores convertidos de forma direta.

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