Ele está quase pronto para revolucionar a ciência espacial! Recentemente, fótons de estrelas distantes foram detectados pelo instrumento Near Infrared Camera (NIRCam) do Telescópio Espacial James Webb (JWST), segundo informações da Nasa. A agência espacial norte-americana ressaltou que esse foi um grande marco, que estabelece as bases para o alinhamento do observatório.

Espelho primário do James Webb composto por 18 células em berílio revestidas por uma finíssima camada de ouro
Espelho primário do James Webb é composto por 18 células de berílio, revestidas por uma finíssima camada de ouro. Créditos: NASA/Chris Gunn

“Esse marco é o primeiro de muitos passos para capturar imagens que estão inicialmente desfocadas e usá-las para ajustar lentamente o telescópio”, revelou a agência em um comunicado emitido na quarta-feira (3). “Este é o início do processo, mas até agora os resultados iniciais correspondem às expectativas e simulações”.

O espelho primário de 6,5 metros de largura do telescópio é composto por 18 segmentos hexagonais, que foram lançados em uma configuração “dobrada” e desdobrados após o telescópio chegar ao espaço. O processo de alinhamento fará com que todos esses segmentos trabalhem como uma única superfície de coleta de luz, o que não é pouca coisa.

“Para trabalharem juntos, como um único espelho, os 18 segmentos de espelhos primários do telescópio precisam se comparar a uma fração de um comprimento de onda de luz — aproximadamente 50 nanômetros”, explicou o comunicado da agência. “Para colocar isso em perspectiva, se o espelho primário do Webb fosse do tamanho dos EUA, cada segmento seria do tamanho do Texas, e a equipe precisaria alinhar a altura desses segmentos do tamanho do Texas uns com os outros para uma precisão de cerca de 3,8 centímetros”.

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Em termos comparativos mais próximos a nós, se o JWST fosse do tamanho do Brasil, cada segmento hexagonal seria um pouco maior do que o estado de Minas Gerais.

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Equipe da missão ainda vai colocar outros quatro instrumentos do telescópio James Webb em funcionamento

Há sete fases no processo de alinhamento, que serão fundamentais para as capturas de imagens da estrela HD 84406, escolhida como primeiro alvo do JWST pela Nasa. A equipe da missão tirará fotos da estrela com cada um dos 18 segmentos do espelho, depois usará essa informação para deslocar os segmentos para suas posições corretas. 

A Nasa vê o JWST como o sucessor de seu icônico Telescópio Espacial Hubble, que circula a Terra desde abril de 1990. Isso não significa que Webb seja um “substituto” do idoso observatório. Enquanto o Hubble vê o cosmos principalmente em luz visível e ultravioleta, o novo telescópio espacial se concentrará no infravermelho — comprimentos de onda que sentimos como calor. A “sucessão” está mais na questão de que será nele que a agência focará seus maiores esforços e atenção daqui para frente.

Segundo a Nasa, o alinhamento não é o passo final na jornada do JWST para o status operacional; a equipe da missão também precisará colocar em funcionamento os quatro instrumentos científicos do telescópio. Espera-se que esse trabalho esteja concluído no final de junho ou início de julho, momento em que o observatório orbital iniciará sua tão esperada missão científica, por meio da qual ele irá estudar as primeiras estrelas e galáxias do universo, examinará as atmosferas de exoplanetas próximos, além de uma variedade de outras pesquisas de alto impacto.

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