Após a polêmica gerada por comentários antivacina nos podcasts de Joe Rogan, o presidente do Spotify, Daniel Ek, afirmou que a permanência dos conteúdos produzidos pelo comediante norte-americano é vital para a plataforma de streaming de música. Em um discurso interno, Ek explicou aos colaboradores da empresa que, apesar de considerar muito ofensivas e ser contrário a muita coisa que Joe Rogan fala, a permanência do podcast é fundamental para a companhia atingir as metas de vendas. 

“Nem tudo é válido, mas haverá opiniões, ideias e crenças com as quais discordamos fortemente, e inclusive que nos deixam furiosos ou tristes”, disse o presidente do Spotify aos seus funcionários. Inclusive, a empresa se comprometeu a inserir avisos de conteúdos nos próximos episódios do podcast.

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Podcasts influenciaram na saída de Neil Young e Joni Mitchell 

Os dois grandes artistas dos Estados Unidos tiraram suas músicas do catálogo do Spotify justamente por terem posicionamentos contrários aos defendidos por Joe Rogan.  

“Quero que vocês avisem o Spotify imediatamente HOJE que quero todas as minhas músicas fora da plataforma deles… Eles podem ter Rogan ou Young. Não os dois”, falou Neil Young em entrevista divulgada pelo ‘The Wall Street Journal’. Além disso, em seu site, o cantor disse que se sentiu bem quando optou por sair da plataforma.

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Mesmo assim, a plataforma manteve o podcast “The Rogan Experience”, que conta com cerca de 11 milhões de ouvintes por episódio. 

Podcasts de Joe Rogan têm cerca de 11 milhões de ouvintes por episódio e são marcados por assuntos polêmicos; foi em um de seus programas que o empresário Elon Musk fumou um cigarro de maconha. Imagem: Shutterstock

Por conta de uma entrevista do ativista antivacina, Robert Malone, que comparou a Alemanha nazista aos Estados Unidos atuais, afirmando que a população está “hipnotizada” pelas campanhas de vacinação contra a Covid-19,  um grupo de cientistas e profissionais da saúde publicou carta aberta no começo de janeiro pedindo para que o Spotify retirasse o conteúdo da plataforma

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A carta informa que Rogan “difundiu repetidamente alegações enganosas e falsas no podcast, provocando desconfiança na ciência na medicina” e espalhou “uma série de teorias de conspiração infundadas”.

Neil Young exigiu que o Spotify tomasse uma decisão e escolhesse entre ele ou Rogan. Então, entra a questão monetária que em 2020, a plataforma assinou um contrato milionário de exclusividade com o podcast que pode ter chegado a US$ 100 milhões (R$ 537 milhões), de acordo com o ‘The Wall Street Journal’. 

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Polêmicas de Joe Rogan

Não foram somente as informações falsas sobre a vacina que causaram desgosto nos artistas.  

Sobre a pandemia, Rogan incentivou jovens a não se vacinarem e nos últimos anos, o humorista teve falas transfóbicas, sendo que já chamou uma lutadora trans de “homem sem pênis”, ofendeu o clã Kardashian com xingamentos misóginos e ainda usou termos racistas.

Via: O Globo

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