Em entrevista concedida à Bloomberg na última sexta-feira (11), o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, disse que a empresa vai aceitar o bitcoin e outras criptomoedas quando elas se tornarem mais amigáveis ao meio ambiente.

O assunto reacende uma velha discussão: apesar de seus altos e baixos, o bitcoin vem sendo mais e mais adotado como forma de pagamento por várias indústrias, tanto no consumo como em investimentos. A maior empresa do setor de caronas privadas, no entanto, ainda se mantém reticente quanto a usá-la para pagar por suas corridas, ou entregas de alimentos e encomendas.

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“Nós temos essas conversas o tempo todo”, disse o executivo. “Eu acho que, agora, o que vemos com a bitcoin e outras formas de cripto é que elas têm muito potencial para armazenar valores. [Mas] o mecanismo de troca é caro, e não é dos melhores para o meio ambiente. Conforme isso for ficando mais barato, mais ecológico, eu acho que você nos verá adotando as criptomoedas um pouquinho mais.”

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Khosrowshahi não está errado: de acordo com estudos citados pela Columbia Climate School, a bitcoin sozinha pode elevar em 2ºC (Celsius) a temperatura global da Terra e somente a mineração da criptomoeda na China poderia gerar até 130 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono (CO2) até 2024.

Ou seja: hoje, o bitcoin é um dos principais aliados do aquecimento global. Mas outro estudo, feito pela Universidade de Cambridge, indicou que o impacto ambiental na China foi reduzido quando o governo ampliou o seu controle e fechou a maior parte da estrutura de mineração de criptomoedas, o que fez com que mineradores procurassem fontes de energia mais baratas e renováveis.

Apesar de tudo isso, o CEO da Uber parece certo de que o dia em que você pagará corridas com bitcoin chegará: “a Uber vai aceitar criptomoedas no futuro? Absolutamente, em algum momento. Esse não é o melhor momento [para isso]. Mas nós vamos sim”.

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