A agência espacial europeia (ESA) anunciou nesta sexta-feira (18) que sua espaçonave Solar Orbiter registrou a erupção da maior “proeminência solar” já vista em uma única imagem do disco solar inteiro. 

As proeminências solares são grandes estruturas de linhas de campo magnético emaranhadas que mantêm densas concentrações de plasma solar suspensas acima da superfície do Sol, às vezes assumindo a forma de arcos. Eles são frequentemente associados a ejeções de massa coronal, que, se direcionadas para a Terra, podem causar estragos em nossa tecnologia e vidas cotidianas.

O evento ocorreu em 15 de fevereiro e estendeu por milhões de quilômetros no espaço. Felizmente, a ejeção de massa coronal não foi direcionada à Terra. Na verdade, está viajando para longe de nós. Não há assinatura da erupção na região do disco solar voltada para a espaçonave – que atualmente está se aproximando da linha Terra-Sol – o que significa que ela deve ter se originado do lado do Sol voltado para longe de nós.

Composição lado-a-lado de imagens captadas pelo instrumento Full Sun Imager (FSI) do Solar Orbiter (à esquerda) e pelo instrumento LASCO C2 do SOHO (à direita). Imagens: Solar Orbiter/EUI and SOHO/LASCO teams, ESA & NASA

As imagens foram capturadas pelo instrumento “Full Sun Imager” (FSI), parte do “Extreme Ultraviolet Imager” (EUI) no Solar Orbiter. O FSI foi projetado para observar o disco solar completo, mesmo durante passagens próximas à nossa estrela.

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Outros telescópios espaciais, como o satélite SOHO operado em conjunto pela ESA e Nasa, frequentemente veem atividade solar como esta, mas mais perto do Sol ou mais longe por meio de um ocultor, que bloqueia o brilho do disco do Sol para permitir imagens detalhadas da coroa em si.

Assim, a proeminência observada pelo Solar Orbiter é o maior evento do gênero já capturado em um único campo de visão junto com o disco solar, abrindo novas possibilidades para ver como eventos como esses se conectam ao disco solar pela primeira vez.

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A erupção foi tão intensa que mesmo naves espaciais não dedicadas à ciência solar sentiram sua força. A missão BepiColombo, operada em conjunto pela ESA e Jaxa (agência espacial japonesa) e atualmente nas proximidades da órbita de Mercúrio, detectou com seu monitor de radiação um aumento maciço nas leituras de elétrons, prótons e íons pesados​​.

Embora esse evento não tenha enviado uma explosão de partículas mortais em direção à Terra, é um lembrete importante da natureza imprevisível do Sol e da importância de entender e monitorar seu comportamento.

Espaçonaves como o Solar Orbiter, SOHO e a futura missão meteorológica espacial Vigil, da ESA, que fornecerá vistas únicas de eventos como estes, podem nos ajudar a proteger melhor o nosso planeta natal das explosões violentas do Sol.

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