Tendo em vista a forte movimentação do mercado em retaliação à Rússia por conta da invasão à Ucrânia, não está sendo diferente com as fabricantes de veículos. Algumas dessas empresas estão limitando, interrompendo ou até mesmo encerrando totalmente as atividades comerciais no país.

Fatores como paralisação de transporte e interrupção de serviços de empresas de logística, como MSC e Maersk, também são importantes para essas tomadas de decisão no país. Houve suspensões em transporte de contêineres de e para a Rússia, resultando em montadoras precisando interromper a produção devido a interrupções na cadeia de suprimentos.

Não necessariamente as empresas estão aderindo explicitamente ao boicote. Em alguns casos, ficou simplesmente impossível trabalhar por conta do boicote.

  1. Aston Martin
  2. BMW
  3. Ford
  4. General Motors
  5. Harley-Davidson
  6. Honda
  7. Hyundai
  8. Jaguar Land Rover
  9. Mercedes-Benz
  10. Mitsubishi
  11. Nissan
  12. Renault
  13. Skoda
  14. Toyota
  15. Volkswagen
  16. Volvo

A japonesa Toyota deve interromper a produção em sua fábrica na Rússia a partir de amanhã (4), conforme vimos aqui. São produzidos em São Petersburgo modelos RAV4 e Camry, principalmente para o mercado russo. Além disso, a empresa disse que iria parar de exportar veículos para o país. Já sua conterrânea Honda vai interromper a exportação de carros e motocicletas aos consumidores russos, por conta da dificuldade no envio de veículos.

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Outra fabricante de carros sediada no Japão que também pode suspender a produção na Rússia é a Mitsubishi. A empresa tem um acordo de joint venture com a PSA Peugeot Citroën, que produz veículos para Peugeot, Citroën e Mitsubishi no país de Putin, em uma fábrica de montagem em Kaluga. Além de potencialmente pausar sua produção, a Mitsubishi disse que pode interromper as vendas de seus carros para os consumidores russos.

A Daimler Truck disse na segunda-feira (28) que interromperia todas as suas atividades comerciais na Rússia, o que inclui uma joint venture com a fabricante de caminhões local Kamaz. Segundo a agência Reuters, a empresa alemã não fornecerá mais componentes para a montadora russa. A parceria já produziu 35 mil veículos para o mercado russo.

Unidas em 2017, as empresas Mercedes-Benz Trucks Vostok e Fuso Kamaz Trucks Vostok começaram separadas em 2009. Em meio às atuais condições, a Mercedes-Benz – antiga controladora da Daimler antes da cisão – também disse que venderia sua participação de 15% na Kamaz.

A fabricante Volvo interrompeu toda a produção em sua fábrica na Rússia – a empresa sueca gera cerca de 3% de suas vendas de compradores russos e disse que suspenderia todas as exportações de veículos para o país até novo aviso. O mesmo fez a americana General Motors (GM), que vende cerca de 3 mil veículos anualmente na Rússia e não tem fábricas lá. Sua conterrânea Ford disse na terça-feira (1) que suspendeu as operações no país até novo aviso.

Suspendendo quase 40% da produção de veículos na Rússia

Na semana passada, a montadora francesa Renault disse que suspenderia algumas operações em suas insalações em território russo devido a gargalos logísticos que causaram escassez de componentes. Respondendo por quase 40% da produção de veículos da Rússia, de acordo com a empresa de pesquisa IHS Markit, a Renault não forneceu detalhes em relação aos cortes de produção, mas a montadora tem três fábricas de carros no país.

Seus principais modelos para compradores de lá são carros como o Kaptur, Duster, Arkana e o Nissan Terrano (fruto da aliança que a francesa possui com a japonesa, que conta também com a Mitsubishi). A Renault também tem participação majoritária na montadora russa AvtoVAZ.

A Hyundai produz cerca de 230 mil carros por ano em suas instalações de São Petersburgo, respondendo por 27,2% da produção de veículos da Rússia. A empresa disse que suspenderia sua fábrica de montagem de automóveis na cidade de 1 a 5 de março, devido a interrupções na cadeia de suprimentos.

Se for interessante, mantém

Entretanto, a fabricante sul-coreana de carros deve retomar as operações na próxima semana, segundo o The Wall Street Journal – que traz que o fechamento não está vinculado à invasão da Ucrânia pela Rússia ou de quaisquer sanções econômicas. A Rússia é um grande mercado para a Hyundai, então a montadora pode tentar não interromper as operações se for interessante.

Já a montadora tcheca Skoda Auto – que faz parte da Volkswagen – disse que limitará parte da produção em suas fábricas domésticas devido à escassez de oferta. Porém, suas operações na Rússia ainda estão funcionando. O país de Putin foi o segundo maior mercado da empresa no ano passado.

Além disso, a unidade russa da matriarca Volkswagen suspendeu temporariamente as entregas de carros aos revendedores até novo aviso. A empresa também acompanha o andamento das sanções impostas à Rússia pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

Outra montadora alemã interrompeu sua exportação para a Rússia na terça-feira. A BMW também disse que interromperia a produção no país devido a gargalos de fornecimento esperados. Os russos também não terão como contar com a Harley-Davidson, que disse na mesma terça-feira que interrompeu negócios e remessas de motocicletas para o país de Vladimir Putin – a Rússia não é um mercado muito significativo para a empresa americana, que possui apenas cerca de 10 concessionárias por lá.

Jaguar Land Rover e a Aston Martin, duas luxuosas montadoras britânicas, também interromperam os embarques de veículos para a Rússia devido a desafios comerciais. No ano passado, a primeira vendeu 6.900 veículos no país, o que representa menos de 2% de suas vendas globais. Já a Aston Martin disse que Rússia e Ucrânia (juntas) representam só 1% de suas vendas globais.

Suspensões de vendas e exportações

Como parte das sanções ocidentais contra a Rússia, muitos bancos russos foram excluídos da Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (SWIFT). Este é um sistema de mensagens seguro que permite pagamentos internacionais rápidos.

Mais especificamente, uma sociedade cooperativa internacional com sede em Bruxelas, fundada em 1973 por 239 bancos de 15 países com o objetivo de criar um canal de comunicação global entre as instituições, bem como padronizar as transações financeiras internacionais (veja mais aqui). Como resultado, todo o comércio de carros na Rússia junto a modelos estrangeiros e empresas estrangeiras foi muito afetado.

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Imagem: Elena Perova/iStock

Via TechCrunch