Cerca de uma semana após o presidente russo Vladimir Putin dar o sinal verde para a invasão da Ucrânia, muitas empresas de tecnologia da informação revelam que encontraram refúgio na região oeste do país, mais precisamente na cidade de Lviv, um território que ainda foi poupado pelos bombardeios da Rússia.

A informação foi divulgada nesta quarta-feira (2) pelo Wall Street Journal. Para chegar até lá, as companhias contrataram ônibus e providenciaram acomodações temporárias para funcionários e suas famílias que não se sentiam mais seguros em casa.

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Exemplo de programação JavaScript
A ideia é que os desenvolvedores de software, por exemplo, continuem atendendo os clientes internacionais apesar do conflito com a Rússia. Poring Studio/Shutterstock

Para ajudar na guerra, muitos desenvolvedores ucranianos também estão se oferecendo como voluntários para o “exército de hackers” do país, que já lançou diversos ataques cibernéticos contra páginas russas.

Outros profissionais estão trabalhando em escritórios improvisados para manter as empresas funcionando. Além de transformarem partes das instalações em abrigos para refugiados. É o que explica Andrew Pavliv, CEO da N-iX, uma empresa de desenvolvimento de software com 2 mil funcionários.

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Pavliv diz que a sua empresa, que também está realocando trabalhadores de outras partes da Ucrânia, entregará pelo menos 70% dos serviços contratados para seus clientes, que em grande parte ficam nos EUA e Europa. “Seu trabalho é sua zona de fuga e você tenta não ler as notícias”, declarou Pavliv ao WSJ.

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Invasão russa surpreendeu o setor de tecnologia

A invasão da Rússia pegou a maior parte da indústria global de tecnologia de surpresa, já que milhares possuem funcionários contratados na Ucrânia para realizar trabalhos de programação e desenvolvimento. Por ora, a cidade de Lviv tem sido parte fundamental da resistência do setor na Ucrânia, já que a cidade ainda não sofreu ataques ​​como os vistos na capital Kiev ou em Kharkiv.

Tanto é que a maioria das empresas de tecnologia em Lviv continuam funcionando, reforçou Stepan Veselovskyi, chefe de um grupo comercial que representa 200 das cerca de 500 empresas de tecnologia com escritórios na cidade. “É importante que as empresas estejam vivas e paguem impostos e salários às pessoas em tempos de guerra”, disse Veselovskyi.

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Alguns executivos da indústria de tecnologia da Ucrânia, entretanto, estão preocupados. Muitos indicam que estão preparando planos de contingência mais radicais para transferir todos os funcionários para países vizinhos caso a Rússia acabe controlando a maior parte do país.

“Na pior das hipóteses, se a Ucrânia estiver ocupada, as pessoas vão sair. Nós realmente esperamos que isso não aconteça”, finalizou Pavliv, CEO da N-iX.

Fonte: Wall Street Journal

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