A remuneração anual do CEO da Apple, Tim Cook, foi aprovada pelos acionistas da empresa em uma reunião virtual ocorrida nesta sexta-feira (4). Eles também votaram a favor de uma proposta que reivindica uma auditoria interna de direitos civis de terceiros, políticas e boas práticas. O aval dos acionistas não considerou uma indicação da consultoria Institutional Shareholder Services (ISS), que solicitava a redução dos prêmios em ações, além de ter um posicionamento contrário ao pacote salarial. 

Cook fatura 1.447 vezes a mais do que a média dos funcionários  

Após mais de dez anos na liderança da dona do iPhone, Tim Cook, recebeu, no ano passado, um pacote de remuneração de US$ 98,7 milhões, valor 1.447 vezes maior do que a média salarial de um colaborador da Apple. 

Esse montante foi possível graças a concessão de ações conquistadas a longo prazo. Em 2020, Cook faturou US$ 14,8 milhões. Já em 2021, o CEO recebeu 333.987 ações e agora está elegível para receber mais unidades em 2023. 

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Apple em apoio a Cook 

A Apple informou que os prêmios estão alinhados com os interesses dos acionistas, tendo em vista que as ações subiram mais de 1.100% desde que o CEO assumiu a função, em 2011, no lugar do cofundador da empresa, Steve Jobs, que deixou o cargo meses antes de falecer. 

Fachada da Apple
Apple mantém apoio aos rendimentos de Tim Cook e descarta ser mais transparente na política salarial. Imagem: Drop of Light/Shutterstock

Acionistas descartam pedido para Apple ser mais transparente  

Apesar da ISS ter sugerido que a Apple aumentasse a transparência em prol dos direitos dos trabalhadores, principalmente no que diz respeito às diferenças salariais, os acionistas votaram contra a medida. 

Em relação ao voto favorável aos direitos civis, o diretor executivo do SOC Investment Group, Dieter Waizenegger, disse que esse posicionamento deve levar a Apple a combater a desigualdade, tendo mais sensibilidade com possíveis danos a grupos marginalizados.

“Acho que a paciência dos investidores acabou”, disse Waizenegger. “É hora de a Apple dar um passo sério, incluindo uma revisão independente de terceiros de suas medidas”, afirmou.

Via: Reuters

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