Sob risco de repetir uma piada um tanto quanto batida sobre o filme O Exterminador do Futuro 2, seu vilão T-1000 e reintroduzir memes relacionados a isso no Twitter, nós aparentemente conseguimos criar robôs que mudam de forma.

Segundo um novo estudo publicado no jornal Science Advances, nós finalmente conseguimos criar uma forma de revestir robôs de pequeno porte em materiais maleáveis que lhes permitem se mover e funcionar de formas mais práticas e eficientes. Repetindo: robôs que mudam de forma.

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Animação mostra robôs que mudam a forma de um objeto
Nano robôs que assumem a forma de um objeto e podem trabalhar em conjunto para alterar essa forma? Onde será que vimos isso antes? (Imagem: Jack Binysh/Reprodução)

Segundo trecho do estudo, “a descoberta dessa modelagem em ‘matéria ativa’ pode marcar um ponto de inflexão no design de robôs. Com maior desenvolvimento do conceito, pode ser possível determinar o formato, movimento e comportamento de um objeto sólido macio não pela sua elasticidade natural, mas sim por uma atividade controlada por humanos em sua superfície”.

Sarah e John Connor podem discordar de vocês, senhores.

Explicando: a superfície de uma matéria macia comum sempre vai assumir um formato esférico. Uma gota de água, por exemplo, tem essa forma porque a superfície do líquido se contrai naturalmente em direção à menor área ocupada possível – ou seja, uma esfera.

“Matéria ativa”, no entanto, pode ser trabalhada para funcionar contra essa tendência, como, parafraseando o exemplo citado no estudo, uma bola de borracha revestida por nanorobôs que trabalhariam em conjunto para “forçar” a “bola” assumir outra forma que não uma bola.

A parte do “controlada por humanos” é que seria o diferencial aqui, ao oferecer formas pré-determinadas (fazer a bola virar, digamos, um cubo ou uma estrela), ao invés de permitir que os robôs trabalhem da forma que quiserem – de novo, pelo menos três vilões de uma franquia de filmes de ação discordam dessa ideia.

As aplicações práticas desse conceito – piadas à parte – podem ser várias: braços robóticos não dependeriam mais de uma unidade central de controle, por exemplo; e os nanorobôs poderiam simplesmente alterar a forma, tamanho e movimento do objeto para atingir melhor um objetivo desejado.

“A matéria ativa nos faz olhar com mais cuidado para as regras da natureza — como o fato de que a tensão de superfície deve ser sempre positiva. Ao ver o que acontece quando quebramos essas regras, agora podemos trabalhar com os resultados, o que é empolgante para pesquisarmos”, disse o doutor Jack Binysh, autor primário do estudo.

Seu correspondente, o Dr. Anton Souslov, concordou: “este estudo é uma prova conceitual importante que traz muitas aplicações úteis. Tecnologias futuras poderiam produzir robôs de tecidos macios que são mais maleáveis e melhores na manipulação de materiais delicados”.

A próxima fase do estudo deste conceito já começou, e envolve a criação de robôs com braços maleáveis ou outros capazes de nadar de forma autônoma. Isso permitirá que eles analisem o que acontece quando você tem muitos sólidos maleáveis juntos em uma mesma situação.

Nós sabemos o que acontece: SkyNet (Obs.: o Olhar Digital não vai se desculpar por piadas perfeitamente contextualizadas).

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