Uma pesquisa publicada na revista The Lancet Public Health apontou que pessoas que tiveram a Covid-19 de maneira grave podem desenvolver problemas de saúde mental que duram até 16 meses após o diagnóstico.  

Os pesquisadores analisaram dados de 247,2 mil voluntários da Dinamarca, Estônia, Islândia, Noruega, Suécia e Reino Unido. O estudo acompanhou sintomas de ansiedade, depressão, má qualidade de sono e até mesmo angústia relacionada a pandemia.  

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Cerca de 4% dos voluntários contraiu a Covid-19 entre fevereiro de 2020 e agosto de 2021 e notou-se que eles também desenvolveram algum sintoma de problemas na saúde mental. No entanto, os sintomas diminuíram em até dois meses após o diagnóstico.  

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O que não aconteceu para quem desenvolveu a forma grave da doença, precisando ficar acamado, por exemplo. Neste caso, foi possível relatar sintomas de saúde mental prejudicada por até 16 meses.  

De acordo com o estudo, o grupo que desenvolveu a forma grave possui entre 50% e 60% mais chances de desenvolver transtornos de humor. O autor da pesquisa, Ingibjörg Magnúsdóttir, disse que isso pode ter relação com as preocupações e sintomas físicos gerados pela doença.  

Imagem mostra um soldado sentado em um sofá, com as mãos segurando o rosto em tom de tristeza, simbolizando a depressão
Estudo mostra que pessoas que tiveram Covid-19 grave podem desenvolver problemas de saúde mental. Imagem: Motortion Films/Shutterstock

Ao comparar todos que contraíram a doença com aqueles não infectados, a pesquisa apontou que os participantes diagnosticados possuem um risco 18% maior para desenvolver depressão e 13% mais chances de enfrentar problemas na qualidade do sono. 

Porém, não houve diferenças entre as taxas de risco para ansiedade ou angústia entre os dois grupos.  

“À medida que entramos no terceiro ano da pandemia, o aumento da vigilância clínica de saúde mental adversa entre pacientes com doença grave de Covid-19 e estudos de acompanhamento além do primeiro ano após as infecções são essenciais para garantir o acesso oportuno aos cuidados”, afirma a líder do estudo, Unnur Anna Valdimarsdóttir, professora da Universidade da Islândia.

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