Esta semana na série ‘tecnologias antigas’ falaremos sobre o controle remoto (também conhecido como telecomando). A ideia por trás da sua criação surgiu nos anos 1950 e partiu de um desejo ainda presente entre os telespectadores: trocar de canal para fugir dos anúncios.

O responsável pelo projeto original do acessório foi Eugene F. McDonald, presidente da Zenith Radio Corporation, uma empresa americana de eletroeletrônicos. Além de mudar de canal nos intervalos, Eugene queria um dispositivo que também conseguisse ajustar o som dos televisores.

No fim, a sua iniciativa, que também contou com o apoio do engenheiro Eugene Polley, mudou para sempre a maneira de consumir conteúdo na TV, já que com um simples toque o espectador podia simplesmente ignorar algo que não queria ver sem sair do sofá.

Quando surgiu o controle remoto?

O primeiro modelo sem fio desenvolvido pela Zenith foi o Flashmatic, lançado no ano de 1955. Vale destacar que antes dele, outros acessórios já conseguiam mudar de canal. Entretanto, a grande limitação era que eles precisavam estar conectados com fios na TV para funcionar. O mais famoso, o Lazy-Bones, também foi desenvolvido e fabricado pela Zenith.

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O principal diferencial do Flashmatic, era que o gadget já funcionava através de uma fonte de luz direcional com a ajuda de sensores posicionados nos cantos da tela da TV. Basicamente, era como uma pequena lanterna que emitia comandos por raios de luz que eram obedecidos pela televisão.

Controle remoto é uma tecnologia antiga ainda presente, descubra quais são as suas origens
Na época, a novidade fez sucesso, vendendo cerca de 30 mil unidades no seu primeiro ano no mercado. O modelo já permitia desativar o som e trocar de canal apertando um único botão. Imagem: Edd Thomas from UK, CC BY 2.0, via Wikimedia Commons

No entanto, como toda tecnologia nova no mercado, havia uma falha que afetava o dispositivo. Os sensores posicionados nos cantos do televisor eram sensíveis a outras fontes de luz, ou seja, em alguns casos, até mesmo a luz do sol podia ligar ou trocar o canal da TV.

Depois do Flashmatic, foi a vez do engenheiro elétrico Robert Adler apresentar outro dispositivo mais avançado, em 1956. O novo invento foi chamado de Space Command, ou Comando Espacial. Se tratava de um aparelho ultrassônico com um mecanismo composto por pequenos martelos que atingiam hastes de alumínio no interior do controle.

A vibração das frequências controlava se a TV ia ligar, desligar, mudar o canal ou silenciar o som. O modelo inaugurou a era dos controles remotos de ultrassom, uma técnica utilizada até os anos 1980, e vinha com apenas quatro botões, bem diferentes dos controles modernos.

Mais integração com a TV e outros equipamentos

O controle remoto como conhecemos hoje começou a tomar forma por influência da BBC. Nos anos 1970, a emissora britânica lançou o primeiro serviço de informação por teletexto do mundo. O Ceefax permitia acessar notícias pelo controle remoto, no entanto, na época os dispositivos ainda eram um tanto quanto limitados.

Foi daí que surgiu a necessidade de um novo acessório com um teclado numérico, que era utilizado para digitar os números referente às páginas das notícias e alternar entre o Ceefax e os canais de TV tradicionais.

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Com a ascensão da TV a cabo, com dezenas ou centenas de canais, e a popularidade de outros aparelhos, em especial o videocassete, aparelhos de DVD e consoles, os anos 1980 e 1990 marcaram o início de uma era em que os controles precisavam operar muitas funções.

Para atender essa necessidade, os especialistas tiveram que procurar uma maneira mais eficaz para o controle remoto “conversar” com os televisores. A forma encontrada foi a luz infravermelha. 

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Ainda é utilizado?

Nos últimos anos, com muitos deixando de assistir TV para consumir conteúdo em outras plataformas, o acessório acabou passando por outras mudanças. 

Atualmente, os controles mais sofisticados são baseados em software, o que permite controlá-los remotamente pelo celular, por exemplo. Também existem controles que funcionam via Bluetooth. Sua vantagem é não precisar estar apontado para a TV (ou outro dispositivo) para funcionar. Basta estar próximo.

Especialistas apontam que essa tendência de usar os smartphones para operar dispositivos domésticos está ganhando força, o que também inclui os aparelhos de TV. Sem contar com as smart TVs, que podem ser controladas de outras formas, como comandos de voz, por exemplo.

No fim, em vez de ter que procurar o controle remoto debaixo do sofá, muitas vezes basta dizer qual o canal ou programa que deseja assistir e a própria TV cuida do resto.

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