O ano de 2021 registrou a pior cobertura vacinal contra a poliomielite desde 2012. Anualmente, espera-se vacinar 95% das crianças contra a doença, mas no ano passado o índice não ultrapassou 67,7%.  

É como se apenas três em cada 10 crianças tivessem tomado as gotinhas responsáveis pela erradicação da paralisia infantil no Brasil. A queda no índice vacinal já havia sido percebida nos últimos anos, se acentuando entre 2019 e 2020.

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Em 2012, o Brasil registrou uma taxa de 96,55% de crianças vacinadas com as três primeiras doses contra a poliomielite no primeiro ano de vida. Em 2013, o país chegou a 100% da cobertura vacinal. 

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O infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, explicou em entrevista ao portal G1 que a pandemia de Covid-19 pode ter causado essa debandada na procura pela vacina. O médico ressalta ainda a importância de os pais voltarem a vacinar os filhos contra a poliomielite e contra outras diversas doenças.  

Gerson Salvador, infectologista do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP), relata que a gestão de Jair Bolsonaro (PL) também é um dos culpados pela diminuição da cobertura vacinal em todo o Brasil.  

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Bebê recebendo gotas de vacina na boca
Cobertura vacinal contra a poliomielite em 2021 foi a pior dos últimos 9 anos. Imagem: Gorlov-KV/Shutterstock

Salvador aponta que o financiamento da atenção básica pelo Sistema Único de Saúde (SUS) caiu e que é possível ver um “desmonte do Programa Nacional de Imunizações”. Além disso, o infectologista aponta a importância de as equipes das unidades de saúde trabalharem em parceria com a sociedade para fazer o controle de quem está vacinado ou não.

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