Nesta segunda-feira (21), um avião Boeing da China Eastern Airlines com 132 passageiros a bordo caiu em uma área montanhosa da província de Guangxi e pegou fogo. O motivo do acidente ainda está sendo investigado, no entanto, essa não é a primeira vez que a companhia se envolve em uma tragédia semelhante. 

Por uma coincidência – ou nem tanto – a Netflix lançou no dia 18 de fevereiro deste ano o documentário “Queda Livre: A Tragédia do Caso Boeing”, que revela detalhes de duas outras catástrofes com a companhia envolvida que mudaram, inclusive, a forma como aviões são certificados nos Estados Unidos e no mundo.  

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A produção relembra os casos dos voos Lion Air 610, em outubro de 2018 na Indonésia, e Ethiopian Airlines 302, em março do ano seguinte na Etiópia. Ambas aeronaves, que eram modelo 737 Max, sofreram uma queda e foram, juntas, responsáveis pela morte de 346 pessoas. De acordo com o documentário, a falta de treinamento dos pilotos pode ter sido um dos principais motivos para o acidente. 

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Segundo informações do UOL, na época das primeiras duas quedas o modelo 737-Max era relativamente novo, assim, a produção da Netflix apontou que os tripulantes não sabiam da existência de um sistema novo exclusivo da aeronave chamado MCAS (Sistema de Aumento das Características de Manobra, em português) que interferia diretamente na velocidade e sustentação da nave. Conforme a morte decretada também dos pilotos, os profissionais foram responsabilizados sem muita investigação. 

A série também destacou a adesão de motores mais econômicos, indicando que a Boeing priorizou o lucro na época, já que assim eles seriam capazes de competir com o concorrente da Airbus. O 737 Max foi suspenso de voar por quase dois anos e, até hoje, não retornou totalmente ao mercado, devido à falta de confiança dentro do setor aeronáutico. 

A aeronave da Boeing que caiu nesta segunda-feira perdeu altura rapidamente pouco depois de perder o contato com o controle de tráfego aéreo. O avião caiu milhares de metros em menos de três minutos. Segundo o G1, o 737-800 tem bons registros de segurança e não se trata do mesmo modelo 737-Max, apesar de ter o 737 em seu registro (737-800). 

Após a estreia do documentário, a Boeing emitiu uma nota à Netflix, confira abaixo: 

“Sempre nos lembraremos das vidas perdidas nos voos 610 da Lion Air e 302 da Ethiopian Airlines. Desde o ocorrido, a Boeing passou por mudanças significativas como empresa, e no projeto do 737 MAX, para garantir que acidentes como esses nunca mais aconteçam.  

A segurança é fundamental para o sucesso de nossa indústria, e tomamos medidas após cada acidente e incidente para sempre melhorá-la. E, nos últimos 50 anos, foi esta jornada de melhoria contínua que estabeleceu a aviação comercial como a forma mais segura de transporte do mundo.  

Nós continuamos trabalhando com as agências reguladoras e nossos clientes para garantir a retomada da operação do 737 MAX em todo o mundo de forma contínua e segura. Desde dezembro de 2020, mais de 185 dentre 195 países aprovaram a retomada das operações com a aeronave. Mais de 35 companhias aéreas em todo o mundo já realizaram mais de 360 mil voos comerciais do 737 Max de forma segura – totalizando cerca de 900 mil horas de voo. E a confiabilidade da programação do avião está acima de 99%.” 

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