O asteroide Apophis, de aproximadamente 370 metros (m) de diâmetro, fará sua passagem próxima à Terra em 13 de abril de 2029. Chegando à distância de 38 mil quilômetros (km), o grande corpo celeste certamente vai interagir com a nossa gravidade e, segundo especialistas, isso pode trazer efeitos notáveis em seu corpo.

O estudo, publicado no Royal Astronomical Society, indica que o encontro próximo entre o asteroide e o nosso planeta trará oportunidades únicas de estudo sobre as características físicas do corpo celeste, bem como possibilidades de medir de forma quantitativa os efeitos causados na Terra pela sua passagem.

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Já falamos do Apophis no Olhar Digital: há pouco mais de um ano – precisamente, em 5 de março de 2021, ele fez uma passagem pela Terra, mas em uma distância maior, de 16,8 milhões de km. Na ocasião, diversos canais transmitiram o evento ao vivo, mas todos ressaltaram que a passagem, visualmente falando, foi pouco mais que um pontinho singrando os céus – mesmo com a observação dos mais poderosos telescópios do mundo.

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Em 2029, no entanto, a distância será consideravelmente mais próxima, o que deve trazer oportunidades de observação mais aprofundadas e, com elas, um entendimento maior das possibilidade dessa interação:

“A colisão não é a única possibilidade em eventos de aproximação com esse”, afirma o pesquisador do Departamento de Bioengenharia e Engenharia Aeroespacial da UC3M, Gabriel Borderes-Motta, à agência de notícias da Associação Americana para o Avanço da Ciência. “A interação gravitacional entre um planeta e um corpo como o Apophis pode alterar a forma do corpo, quebrá-lo em pedaços, desintegrar possíveis pedras soltas na superfície ou até mesmo remover outros corpos que orbitam o asteroide – como rochas, satélites, ou anéis”.

Ao G1, o co-autor do estudo, Othon Winter (astrônomo de professor da UNESP Guaratinguetá) explicou que a gravidade da Terra é grande demais para que o Apophis consiga resistir incólume. Embora nada muito grande como, digamos, a obliteração do asteroide, vá acontecer, sua passagem não será livre de efeitos: “por isso, a gente fez estudos sobre, por exemplo, a sua superfície e sua órbita, se materiais poderão ser arrancados pela Terra. E o nosso estudo mostra que, sim, isso é possível”, ele disse.

Na pesquisa, a dupla analisou aspectos físicos do asteroide, bem como fatores que podem influenciar sua trajetória e ângulo de inclinação, como pressão de radiação ou as perturbações causadas por sua aproximação à Terra.

O estudo deve assegurar uma sólida fonte de dados para que pesquisas futuras consigam atualizar seus modelos em 3D para simulações mais exatas, significativamente ampliando nosso conhecimento sobre asteroides.

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