Em 2020 o esqueleto mais completo de um Tyrannosaurus Rex, batizado de Stan, foi vendido por US$ 31,8 milhões (algo em torno de R$150 milhões) – o preço mais alto já pago em leilão por um fóssil. Dois anos se passaram desde então, e até agora ninguém sabia a identidade do comprador. 

Paleontólogos chegaram a temer que o fóssil de 67 milhões de anos fosse perdido para a ciência, ao ser comprado por um mero colecionador.

Stan, o esqueleto de T.rex mais completo e mais caro do mundo, é a peça principal do museu de história natural que será inaugurado em 2025 nos Emirados Árabes. Imagem: CNN

No início deste ano, rumores davam conta de que o ator Dwayne Johnson, mais conhecido como “The Rock”, era seu novo dono. Isso porque um crânio de T. rex apareceu atrás dele durante uma live de apresentação da temporada 2022 da Liga Nacional de Futebol Americano (NFL). No entanto, era apenas uma réplica.

Agora, o mistério finalmente acabou. O T. rex de 11,7 metros de comprimento e 4 m de altura será a atração principal do novo museu de história natural de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes.

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Ainda em construção, e com previsão de inauguração para 2025, o museu fica no Distrito Cultural Saadiyat, que também abrigará o Louvre Abu Dhabi e o Guggenheim Abu Dhabi.

“Agora que Stan tem um novo lar no Museu de História Natural de Abu Dhabi, esse dinossauro de 67 milhões de anos estará sob os cuidados de cientistas especialistas e continuará a contribuir para a educação e a pesquisa e para inspirar futuros exploradores”, diz um comunicado emitido pelo o Departamento de Cultura e Turismo de Abu Dhabi.

Além do fóssil de Stan, o meteorito Murchison, que caiu na Austrália há mais de 40 anos e continha o material mais antigo descoberto na Terra, também fará parte da coleção do novo museu.

O meteorito Murchison, que caiu na Austrália há mais de 40 anos e continha o material mais antigo descoberto na Terra, também fará parte da coleção do novo museu. Imagem: CNN

Esqueleto de Stan foi inicialmente identificado como fóssil de um Triceratops

Steve Brusatte, diretor e professor de Paleontologia e Evolução da Escola de Geociências da Universidade de Edimburgo, na Escócia, disse em entrevista à CNN que era “maravilhoso” que Stan fosse exposto em um museu. “Este é um museu novo, então ainda não tem um legado de pesquisa e conservação, e espero que Stan seja uma parte permanente de sua coleção e fique disponível para os pesquisadores estudarem e o público ver, em perpetuidade”, declarou.

Para ele, a missão de Stan é muito importante para a região. “Não há muitos museus de história natural no Oriente Médio, então Stan tem a chance de ser um embaixador para os dinossauros, a paleontologia e a ciência. Essa é uma notícia bem-vinda e alivia meu maior medo, que Stan simplesmente desaparecesse no mundo privado, seja na coleção de um oligarca ou outra pessoa obscenamente rica, para nunca mais ver a luz da ciência ou os olhos do público novamente”.

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Stan é composto por 188 ossos, o que faz dele um dos maiores e mais completos esqueletos de T. Rex do mundo. O primeiro de seus ossos foi encontrado na Formação Hell Creek, que abrange partes dos estados americanos de Montana, Dakota do Norte e do Sul e Wyoming em 1987 por Stan Sacrison, um paleontólogo amador que lhe deu o nome.

Com cerca de sete a oito toneladas, Stan pesava cerca de duas vezes mais que um elefante africano moderno, e seus dentes mais longos medem mais de 28 centímetros, com bordas serrilhadas. Inicialmente identificados erroneamente como ossos de Triceratops, eles permaneceram intocados até 1992, quando sua verdadeira origem foi descoberta em meio a pesquisas de diferentes paleontólogos.

Em seguida, foram necessárias mais de 30 mil horas de trabalho manual para escavar e restaurar o esqueleto. Desde então, os cientistas descobriram que Stan sobreviveu a um pescoço quebrado durante sua vida, episódio após o qual duas de suas vértebras se fundiram. Há também sinais de perfurações em seu crânio e uma costela que podem ter sido causadas por uma briga com outro T. Rex.

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