Pessoas que receberam a vacina da Janssen estão menos protegidas contra hospitalizações e mortes por Covid-19 do que aqueles que receberam imunizantes com base em RNA, no caso os da Moderna e Pfizer, esse segundo em aplicação no Brasil. 

Os resultados são de  um relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos  (CDC), que analisou as combinações de vacinas durante um período de quatro meses, enquanto a variante Ômicron já estava dominando. Mesmo a dose de reforço da Janssen não oferece a mesma proteção de três doses das vacinas de RNA mensageiro. Os dados não chegam a ser surpreendentes, já que as autoridades de saúde já trabalham com essa hipótese há algum tempo, mas a análise confirma com mais clareza.

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Os dados da análise mostram que a melhor imunidade é concedida por três doses de uma vacina de RNA mensageiro, seguida por uma dose da Janssen e uma de RNA. Entre as opções analisadas, as duas doses da vacina Johnson & Johnson foram menos efetivas no combate ao vírus.

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Apesar de inicialmente ser aplicada em uma dose, os resultados indicam que a Janssen pode precisar de um reforço de algum imunizante com base em RNA. Meses após a vacinação, a dose única da Janssen fornece uma proteção de apenas 31% contra hospitalizações durante o surto da Ômicron, número considerado muito abaixo do recomendado. 

“Isso é muito baixo, especialmente neste mundo onde temos acesso a outras coisas”, disse Natalie E. Dean, pesquisadora da Rollins School of Public Health da Emory University ao Washington Post. “Uma prioridade é garantir que as pessoas que receberam apenas uma dose [da vacina Johnson & Johnson] estejam cientes de que devem tomar, preferencialmente, uma vacina de RNA mensageiro”, completou ainda.

Janssen ou Pfizer?

Um grupo de pesquisadores franceses comparou a eficácia dos imunizantes da Janssen (Johnson & Johnson) e da Pfizer para conseguir avaliar o efeito protetor das vacinas contra a Covid-19. Com os resultados, eles concluíram que as fórmulas com mRNA (RNA mensageiro), como a da Pfizer, acabam desencadeando uma melhor resposta imune ao corpo humano.

“Embora a vacina Ad26.COV2.S (Janssen) tenha mostrado uma eficácia de 85,4% contra a Covid-19 grave ou crítica no seu principal ensaio, a sua eficácia na população geral contra a hospitalização por Covid-19 foi estimada em aproximadamente 68%, em comparação com aproximadamente 90% para vacinas de mRNA”, explicaram os autores sobre as descobertas.

Sendo assim, a efetividade de uma dose da vacina da Janssen foi estimada em 68% e da Pfizer em 90%. Os cientistas disseram que os resultados sugerem a importância da aplicação de uma segunda dose de Janssen aos imunizados.

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