O ambicioso telescópio espacial Euclid tem avançado consideravelmente em sua montagem, segundo a ESA, que ainda estima o lançamento da missão para este ano de 2022. Segundo atualização da agência espacial europeia, na última quinta-feira (24), cerca de 12 engenheiros se apresentaram à estrutura de armazenamento na Thales Alenia Space, em Turin, para conectar as duas partes principais do imenso aparelho.

De acordo com a ESA, a empreitada exigiu tanta precisão e inteligência que um dia inteiro foi dedicado apenas para isso, ao passo que nos dois dias seguintes os engenheiros conectaram e testaram equipamentos eletrônicos e rodaram testes para garantir que tudo ainda estivesse funcionando.

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Engenheiros montando partes do telescópio espacial Euclid: artefato tem a difícil missão de nos fazer entender mais a matéria escura
Engenheiros montando partes do telescópio espacial Euclid: artefato tem a difícil missão de nos fazer entender mais a matéria escura (Imagem: ESA/Divulgação)

Segundo alguns especialistas, o telescópio espacial Euclid rivaliza com o James Webb, da NASA, no quesito da tecnologia. Entretanto, o artefato europeu tem uma missão bastante ambiciosa: ele ficará responsável por observar a aceleração da expansão do universo e, com isso, coletar dados que, com sorte, nos levarão a entender melhor a matéria escura e a energia escura – dois componentes presentes na maior parte do universo, mas que nós não podemos observar.

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“Foi muito empolgante ver o artefato sendo montado e dando um passo à frente para que essa missão se torne uma realidade”, disse o engenheiro de Montagem, Testagem e Entrega do Euclid, Hans Rozemeijer. “Eu quase sinto como se tivéssemos aproximado dois parentes”.

Desenvolvido pela divisão aeroespacial da Airbus, o Euclid é um telescópio de lente reflexiva capaz de capturar a luz de estrelas e galáxias distantes, e contém dois instrumentos que captam dados referentes ao material coletado: o VIS (“VISible imager”) e o NISP ((“Near Infrared Spectrometer and Photometer”). Os dois instrumentos foram integrados à unidade em 2020, e foram aprovados em diversos testes técnicos.

O módulo de serviço é o que foi “unido” no último dia 24. É nele em que estão os computadores que controlam os instrumentos acima além de rodar todas as funções necessárias para que o telescópio espacial Euclid funcione sem erros, como controle de orientação e propulsão, eficiência energética e comunicação com a Terra.

“Nós tivemos que garantir que a superfície achatada do módulo de serviço fosse igual à do módulo instrumental nos pontos de conexão, a fim de reduzir a carga no telescópio ao máximo que pudéssemos”, disse Hans. “A diferença estimada pela nossa equipe era de menos de 50 micrômetros em todos os pontos. Não é como se você estivesse montando um armário onde você coloca as partes no lugar com um martelo — esta tarefa exigiu extrema precisão”.

Apenas para contemplar esse tamanho: 50 micrômetros – ou 0,05 milímetros (mm) – é a espessura de um fio de cabelo humano.

Agora, em abril, o time de engenheiros vai acoplar a estrutura aos seus painéis e escudos solares. Os escudos vão proteger os instrumentos da intensa radiação do Sol, enquanto os painéis vão capturar a luz da nossa estrela e convertê-la em energia. Depois disso, vem a antena, e só então o telescópio espacial Euclid estará completo.

A ESA não tem uma data exata para lançamento, mas estima que ele se dará ainda em 2022. 

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