Prós
  • Desempenho de sobra
  • Tela de 144Hz
  • Carregador veloz (e incluso na caixa!)
  • Cara de Android puro
Contras
  • Política de atualização continua ruim
  • Sem proteção contra água e poeira
  • Câmeras estão abaixo da concorrência

Logo que a Qualcomm mostrou ao mundo o novo e potente Snapdragon 8 Gen 1, muitas empresas correram para confirmar que seus aparelhos trariam o novo chip. A Motorola foi uma delas e acabou na verdade sendo a primeira a colocar o processador em um smartphone para o público, no Moto Edge 30 Pro.

Ele é um flagship com cara menos robusta por fora, mas traz acabamento em vidro para traseira, tenta chamar atenção para as câmeras ao abusar de reflexos nos aros das lentes e quer entregar poder de fogo com 12 GB de RAM, junto da tela enorme e com 144Hz de atualização, para nenhum gamer botar defeito – mesmo sem luzes RGB, o que daria fps extra.

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Bom, eu passei as últimas semanas com o Moto Edge 30 Pro no bolso e andando pela cidade de São Paulo para te contar nos próximos parágrafos se ele realmente é um topo de linha interessante, ou se é melhor olhar pra concorrência que não tem muita alternativa no Brasil, mas até existe.

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Review do Moto Edge 30 Pro em vídeo

Design e tela

Por fora o Moto Edge 30 Pro é elegante, não há como negar isso, mas ele tem uma carinha que me lembra os Moto G mais potentes. Na verdade ele é praticamente um Moto G200 com bordas menores na tela, entregando até mesmo a mesma quantidade de câmeras na traseira.

Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Enfim, na frente as bordas são finas para a tela e na traseira a Motorola colocou vidro para deixar um visual mais bonito e diferenciar esse celular do Moto G200, que tem plástico nesse local. Ao menos em uma coisa os dois aparelhos são idênticos: as laterais são de policarbonato, que é o nome bonito para o plástico.

A proteção desse vidro é garantida pelo Gorilla Glass 5, que é sempre bom ver, mas não é tão forte quanto o Gorilla Glass Victus+. Uma segurança não presente por aqui é a falta de selante para água ou poeira. Sim, o celular mais caro da Motorola para 2022 e também o mais potente da marca, não tem certificação IP68 ou qualquer outra equivalente, diferente de toda concorrência. A atitude me lembra a Asus quando teimava que isso não era importante nos Zenfone, que os usuários não queriam.

Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Se no acabamento a Motorola foi econômica, na tela ela gastou bastante. O display é um OLED de 6,7 polegadas em resolução Full HD+, que é o suficiente para todos os apps e jogos exibirem bem seu conteúdo, sem drenar a bateria por isso. O que chama atenção é a atualização de 144Hz, superior a praticamente qualquer concorrente no Brasil.

Chama atenção, mas sinceramente, acima de 120Hz é pura perfumaria. Quase nenhum jogo vai rodar bem em 144 quadros por segundo para tirar proveito de uma taxa tão alta, mas a fluidez do sistema operacional é um deleite.

Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

A reprodução de cores é ótima, o contraste está dentro do esperado para um OLED e o conteúdo em HDR tira proveito do brilho alto. No geral, a tela é muito boa, chegando bem perto da excelência em displays que existe na Samsung e na Apple.

Fechando a parte externa: a Motorola não inclui entrada para fones de ouvido, mas ao menos o som é estéreo no Moto Edge 30 Pro. Finalmente hein Motorola!

Hardware e software

Por dentro o Moto Edge 30 Pro é bastante competente, sem deixar nenhuma ponta solta. Ele chegou ao Brasil equipado com o melhor processador para Android em 2022, que é o Snapdragon 8 Gen 1, sendo o primeiro no mundo, mas não por aqui. Esse posto ficou pro Galaxy S22.

Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

O chip vem acompanhado de 12 GB de RAM e 256 GB de espaço interno, sem possibilidade de expansão com um microSD. Tudo da Play Store rodou sem qualquer engasgo, como esperado para um processador tão forte. Jogos, como Genshin Impact e Asphalt 9 exibiram taxas de quadros por segundo elevadas, mas nenhum deles em 144 fps.

A quantidade generosa de RAM também ajuda na hora de manter apps abertos no fundo, sem recarregar quase nenhum deles depois de algum tempo.

Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Se no desempenho o Moto Edge 30 Pro é um avião, no software ele é e não é ao mesmo tempo. A parte bacana é que o Android 12 que vem instalado de fábrica continua com aquela cara de Android puro, lembrando bastante a interface utilizada pelo Google nos aparelhos Pixel.

Eu acho limpa e bonita, mas isso também significa poucos recursos pré-carregados. Tudo bem, você pode colocar qualquer coisa a partir da Play Store, mas para isso você tem que saber o que procurar. Interfaces como a One UI já trazem bastante coisa de fábrica e você nem percebe que tem tudo na mão, já que não sente falta de quase nada.

Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Eu não acho essa cara do Android da Motorola um problema pesado, mas a política de atualizações é. A empresa continua como uma das que menos utilizam seus celulares e o Moto Edge 30 Pro não é exceção, mesmo sendo o aparelho mais caro da marca.

Ele só receberá até o Android 14, enquanto a Samsung cobra quase a mesma coisa no Galaxy S22 e garante updates até o Android 16 pra ele, com cinco anos de patches de segurança. Isso deixa o celular seguro ao menos até 2027.

Isso significa que o Moto Edge 30 Pro ficará defasado em seu sistema operacional dois anos antes do Galaxy S22.

Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Voltando para funções do sistema, uma se destaca e é a Ready For, que é uma interface com cara de Windows e que abre quando o Moto Edge 30 Pro é conectado via cabo ou Miracast em um monitor. Dá para rodar apps em janelas flutuantes e até jogar, assistir streaming em programas como Netflix e trabalhar nele. É uma alternativa interessante ao DeX da Samsung.

Câmeras

Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Em câmeras o Moto Edge 30 Pro é bom, com três lentes na parte traseira. A principal e a secundária fazem imagens com 50 megapixels, sendo que uma delas faz ultrawide e macro. O terceiro componente só lida com cálculo de profundidade para fundo desfocado e eu acho que uma lente teleobjetiva seria mais interessante por aqui.

Foto com a câmera principal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

O resultado das imagens é muito bom. Fotos tiradas com a lente principal apresentam pouca ou nenhuma aberração cromática ou color bending. As cores saltam aos olhos, mas de forma menos exagerada como nos aparelhos da Samsung. Se você prefere resultados mais próximos ao natural, o Moto Edge 30 Pro é uma boa escolha.

Foto com a câmera ultrawide do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera ultrawide do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera ultrawide do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera ultrawide do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Os registros com a lente ultrawide também me deixaram contente. Só fico triste com a tendência de trocar o balanço de branco quando uma mesma foto é feita com a lente ultrawide e depois com a principal.

Foto com a câmera ultrawide do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto macro com a câmera ultrawide do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Em um dos resultados a lente ultrawide deixou a foto amarelada demais, pulando para azulado na lente principal. Esse foi um exagero do sensor, que nos outros momentos manteve a diferença de temperatura de cor mais controlada.

Foto com a câmera principal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera ultrawide do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera ultrawide do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Esse detalhe de cor diferente me parece algum problema com o Android, pois até a Samsung sofre disso, mas no iPhone o balanço de branco não muda quando você troca de lente.

De noite as fotos saem bem coloridas e eu adorei isso. Senti sim que o brilho não estava tão elevado como nos concorrentes Galaxy S22 e iPhone 13, mas eu curti a saturação mais elevada como compensação. Não exagerar no brilho também me deixou mais contente por gerar imagens mais realistas.

Foto com a câmera principal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Mas, por outro lado, se você faz questão de iluminar a noite como com um farol na mão, saiba que o Moto Edge 30 Pro não é um bom aparelho nesse quesito.

Já as selfies usam 60 megapixels e resultam em fotos boas em qualquer condição. Eu só senti que em ambientes mais escuros o granulado não foi corrigido por software da mesma forma como fazem concorrentes de mesmo segmento. Esse problema apareceu até nas fotos com os outros sensores.

Foto com a câmera frontal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera frontal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera frontal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera frontal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera frontal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera frontal do Moto Edge 30 Pro (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Eu to parecendo chato né, mas é que o Moto Edge 30 Pro é o celular mais caro e competente da Motorola, com preço quase igual ao Galaxy S22 e iPhone 13. Ele precisa ser melhor que os outros para valer a pena…entende? Nas fotos ele não é, nem nos vídeos que por aqui só podem ser feitos em até 4K com 30 quadros, ou 8K na mesma taxa de frames.

Bateria

Alimentando tudo isso, a Motorola colocou uma bateria de 4.800 mAh, que não é a maior do mercado, mas ao menos consegue manter o celular ligado durante o dia inteiro. Em meus testes, com brilho sempre no automático, 5G ativado, junto de Wi-Fi e Bluetooth, com algumas horas de podcasts, uma dúzia de fotos, apps de redes sociais e uma meia hora de jogo, consegui terminar o dia com aproximadamente 30% de energia restante. A autonomia é ótima.

Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Diferente da concorrência, a Motorola ainda envia carregador na caixa e ele é muito bom. São 68 watts de energia entrando pelo cabo, que garantem um 0 à 100% em menos de 40 minutos. Com apenas 15 minutos você já recupera 50% da carga e pode sair pro bar, depois de tomar um banho e um café.

Moto Edge 30 Pro: vale a pena?

E aí, vale a pena? Eu acho que sim, mas só quando o preço de lançamento do Moto Edge 30 Pro baixar e ficar menor que os concorrentes iPhone 13 e Galaxy S22. Veja bem, o Moto Edge 30 Pro tem o melhor processador que você vai encontrar em um Android durante 2022, ele tem tela bastante bacana, mas oferece menos que a concorrência em muita coisa.

Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Moto Edge 30 Pro (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

O display tem menos brilho, o Android será atualizado por menos tempo, o vidro não é tão resistente, não existe proteção para poeira e água e as câmeras entregam resultados inferiores ao Galaxy S22 ou iPhone 13. A cara de Moto G200 também não ajuda, já que ele tem visual de um intermediário. Mesmo que intermediário potente, mas ainda assim um intermediário.

Quando o Moto Edge 30 Pro ficar mais barato ele será ótimo, mas por mais de R$ 6 mil ele não é e eu não consigo recomendar a compra.

Nossa avaliação
Nota Final
8.6
  • Desempenho
    10.0
  • Design
    8.0
  • Câmeras
    8.0
  • Bateria
    9.0
  • Sistema/Interface
    8.0
  • Tela
    9.0
  • Conectividade
    10.0
  • Resistência
    7.0

Moto Edge 30 Pro: ficha técnica

Tela:OLED de 6,7 polegadas
Full HD+ (2.400 x 1.080 pixels)
Vidro Gorilla Glass Victus
144Hz
Taxa de resposta ao toque em 360Hz
Processador:Qualcomm SM8450 Snapdragon 8 Gen 1 (4 nm)
Octa-core com até 3,0 GHz
GPU:Adreno 730
RAM:12 GB
Armazenamento:256 GB
Câmeras traseiras:Principal: 50 MP (f/1,8)
Ultrawide/Macro: 50 MP (f/2,2)
Profundidade: 2 MP
Vídeo:1080p em 240 fps
4K em 60 fps
8K em 30 fps
Câmera frontal:60 MP (f/2,2)
Sistema Operacional:Android 12 (atualizações por três anos)
Conexões:Wi-Fi 6E (2,4 GHz e 5 GHz)
Bluetooth 5.2 (A2DP, LE)
USB-C
GPS (A-GPS, GLONASS, BDS, GALILEO)
Bateria:4.800 mAh
carregamento rápido de 68 watts (incluso na embalagem)
Outros:Leitor de impressões digitais (lateral)
Dimensões:163,6 x 75,6 x 8,5 mm
Peso:194 gramas