Nesta terça-feira (19), faz um ano que o helicóptero Ingenuity, da NASA, fez seu primeiro voo em Marte. Mais do que isso: foi a primeira vez que uma aeronave voou em um mundo além da Terra.

Vídeo divulgado pelo Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em 19 de abril de 2021, mostrando o primeiro voo do helicóptero Ingenuity. Crédito: NASA/JPL-Caltech

Pouco mais de dois meses depois de pousar na Cratera Jezero com seu companheiro de missão, o rover Perseverance, o drone de 1,8 kg fez sua primeira incursão nos céus marcianos, pairando cerca de 3 metros acima da superfície de um local chamado Wright Brothers Field.

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Ao conseguir realizar a façanha, que teve 39 segundos de duração, o Ingenuity mostrou que a exploração aérea em Marte é possível, mesmo o planeta tendo uma atmosfera tão densa, com quase 1% da pressão atmosférica normal na Terra

Esse, inclusive, era o principal objetivo da missão de demonstração tecnológica do pequeno helicóptero, que exigia cinco voos pioneiros ao longo de 30 sóis (como são chamados os dias marcianos, que têm duração aproximada de 24 horas e 40 minutos). 

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Helicóptero Ingenuity já tem 25 voos em Marte

Agora, um ano depois, o pequeno helicóptero já tem 25 voos no currículo e ainda segue firme e forte, com sua missão novamente estendida, desta vez até setembro de 2022, no mínimo.

“Ainda é uma sensação surreal”, disse o engenheiro-chefe da missão Ingenuity, Jaakko Karras, que está baseado no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, em entrevista ao site Space.com. “Acho que todos teríamos dito que nos consideraríamos sortudos se pudéssemos pegar apenas um voo e pousar em segurança, e extremamente sortudos se pudéssemos chegar ao final daquela janela inicial de demonstração tecnológica de 30 sóis com cinco voos”.

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Ele celebra o fato do pequeno helicóptero ter superado (e muito) as metas iniciais. “Estar aqui agora, um ano inteiro da Terra depois, tendo feito 25 voos, mais de 45 minutos no céu marciano, sobre todos os tipos de terrenos diferentes para os quais nunca planejamos, nunca projetamos – é incrível”.

Ilustração artística 3D do helicóptero Ingenuity com seu companheiro de missão em Marte, o rover Perseverance. Imagem: Mike Mareen – Shutterstock

Em seu 25º voo, que ocorreu em 8 de abril, o Ingenuity cobriu 704 metros de solo e atingiu uma velocidade máxima de 19,8 km/h — ambos marcos recordes para o helicóptero, que também assumiu funções de reconhecimento: suas observações aéreas ajudam a equipe do Perseverance a planejar as rotas mais seguras e eficientes para o rover e a identificar potenciais alvos científicos.

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“Esse tem sido outro aspecto maravilhoso desta fase de operações estendidas para nós, é realmente conseguir cumprir esse papel de escoteiro, que sempre foi uma espécie de visão orientadora e aspiração para essa tecnologia”, disse Karras. “Nós nunca antecipamos ser capazes de realmente fazer isso com o Ingenuity. Nós pensamos que seríamos uma demonstração e que seria apenas isso”.

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Segundo Karras, a longevidade e a adaptabilidade do drone são uma prova de sua sólida engenharia e da criatividade de seus manipuladores. “O software de navegação do helicóptero, por exemplo, foi projetado para lidar apenas com terreno plano, relativamente livre de riscos. No entanto, é robusto e flexível o suficiente para permitir que o Ingenuity sobrevoe algumas paisagens seriamente acidentadas, como a região de Séítah, repleta de dunas de Jezero”.

Karras disse que o helicóptero permanece em boa saúde, por isso deve continuar voando em Marte, ajudando o rover Perseverance a explorar o antigo delta do rio que já existiu dentro de Jezero. 

E o trabalho de Ingenuity também está lançando as bases para feitos aéreos marcianos ainda maiores no futuro. Segundo os engenheiros do JPL, existem planos para sucessores maiores e mais capazes: drones que poderiam explorar Marte de forma autônoma. Todas as comunicações do helicóptero Ingenuity com a Terra (e vice-versa) passam pelo Perseverance.

“A esperança é que um futuro helicóptero de Marte possa voar quilômetros sem amarras a um rover e carregar seus próprios instrumentos científicos”, disse Karras. “Achamos que há muitas oportunidades científicas nisso”.

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