Um avançado sistema de varredura baseado em tomografia computadorizada vem sendo usado cada vez mais para eliminar de vez as restrições no transporte de líquidos nas viagens de avião. Por meio de scanners de segurança nos aeroportos, a varredura convencional de raios-X 2D é substituída por imagens 3D muito mais precisas.

“Você pode obter muitas informações de uma imagem 2D, mas se tiver um objeto 3D na mão, obterá muito mais informações”, diz Kevin Riordan, chefe de soluções da Smiths Detection. A empresa do Reino Unido tem fornecido esse tipo de equipamento a alguns aeroportos que estão aplicando a tecnologia, como o da cidade de Shannon, na Irlanda – pioneiro na investida.

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Implementada durante a pandemia, mais precisamente em outubro de 2021, a mudança em Shannon vem chamando mais a atenção. O aeroporto de Donegal, no noroeste da Irlanda, também realizou em seguida a instalação dessa tecnologia de tomografia computadorizada (semelhante àquela dos hospitais) para varredura e identificação de potenciais explosivos.

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Agilizando nos aeroportos

Riordan aponta que os equipamentos permitem tomadas de decisões muito precisas sobre quais materiais estão na bolsa do passageiro do avião, se “é um material de ameaça provável ou benigno”. Já o Aeroporto de Shannon estima uma redução pela metade no tempo gasto na triagem de segurança dos passageiros.

Alguns dos principais aeroportos do mundo também estão investindo na tecnologia de tomografia computadorizada, incluindo em Londres, Amsterdã e Nova York. Em março, a Administração para a Segurança dos Transportes (TSA) nos Estados Unidos investiu US$ 781,2 milhões em scanners com essa tecnologia avançada para postos de controle e triagem de verificação nos aeroportos do país.

Cerca de 1.000 sistemas de tomografia computadorizada devem ser implantados em todos os aeroportos americanos dentro de alguns meses. Segundo nota da agência, “os oficiais da TSA podem então visualizar e girar a imagem em três eixos para analisar e identificar quaisquer itens de ameaça que possam estar na bagagem de um passageiro. Semelhante ao que é usado para escanear a bagagem despachada, este equipamento é dimensionado para se adequar ao ambiente do posto de controle”.

Restrições no transporte de líquido nos aviões

As duras restrições no transporte de líquidos foram introduzidas em todo o mundo depois que um plano terrorista foi frustrado em agosto de 2006. Na época, a bordo de aviões que viajavam do Reino Unido para os Estados Unidos e Canadá, terroristas carregaram em bagagens de mão líquidos explosivos disfarçados de refrigerantes, que seriam detonados no ar em vários voos.

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), por exemplo, proibe em aviões recipientes acima de 100 ml contendo líquidos, aerossóis e géis (LAG). “Entende-se por líquidos, aerossóis e géis: Pastas; Loções; Misturas líquido/sólido; Conteúdos de embalagens pressurizadas”.

Ou seja, a tecnologia de tomografia computadorizada aplicada nos aeroportos é capaz de confirmar com muito mais competência conteúdos como sendo realmente pastas de dentes, gel de cabelo, bebidas, sopas, xaropes, perfumes, espumas de barbear e por aí vai.

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Via CNN

Imagem: Nel Botha/Pixabay/CC