Diante do aumento da concorrência, dos impactos da inflação e também da ameaça da sindicalização, a Apple decidiu aumentar o salário inicial dos seus colaboradores. A partir de agora, quem entrar na empresa ganhará, no mínimo, US$ 22 por hora. Trata-se de um aumento de 45% em relação aos salários pagos em 2018. Levando em consideração uma jornada diária de seis horas, a média ficará em torno de US$ 4.000 por mês. 

“Este ano, como parte de nosso processo anual de avaliação de desempenho, estamos aumentando nosso orçamento geral de remuneração”, disse um porta-voz da fabricante do iPhone.  

Revisão salarial antecipada 

Segundo o porta-voz da Apple, as revisões salariais foram adiantadas em três meses e o novo valor já começa a vigorar no início de julho. 

No entanto, o valor ainda está bem abaixo em comparação aos executivos da empresa e também tendo como base os lucros obtidos nos últimos anos. 

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A Apple registrou um lucro líquido de US$ 25,01 bilhões no segundo trimestre fiscal deste ano, uma alta de 5% em comparação ao mesmo período de 2021, principalmente por conta das vendas do iPhone, que superaram todas as demais marcas. 

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Cultura reticente 

Com sede em Cupertino, na Califórnia, a Apple tem fama de colocar em prática uma cultura reticente em relação aos trabalhadores, ou seja, que nem sempre valoriza os colaboradores. 

Loja Apple Nova York
Loja da Apple em Nova York é outro exemplo de luta em busca da sindicalização; empresa decidiu aumentar salário inicial para diminuir reclamações trabalhistas. Imagem: Shutterstock

Por isso, muitos trabalhadores criticam a empresa e muitos já entraram com processos em relação às más condições de trabalho. 

Em abril, colaboradores da loja da Apple em Atlanta entraram com uma petição para realizar uma eleição sindical, buscando se tornar a primeira loja da empresa nos EUA a se sindicalizar. Mas o processo ainda não foi concluído. 

Como a crise vem afetando a economia dos Estados Unidos, outras empresas de tecnologia também estão revisando os salários e os benefícios, com foco na retenção dos talentos. Exemplos são o Google e a Microsoft. 

Via: Reuters 

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