Militares dos EUA devem levar energia nuclear – mas não armas nucleares, porque há acordos que proíbem isso – ao espaço. A Unidade de Inovação em Defesa, um órgão do Departamento de Defesa dos EUA criado em 2015, está organizando um esforço, com estreia marcada para 2027.

A UID firmou dois contratos com empresas privadas: Ultra Safe Nuclear e Avalanche Technology. A demonstração será tanto de propulsão nuclear para naves quanto sistemas de geração de energia.

O interesse miliar no espaço é porque ele está para se tornar um lugar disputado. Países e organizações privadas se movimentam para retornar para a Lua e realizar atividades lucrativas na última fronteira. E isso pode, potencialmente, levar a disputas entre países e suas empresas e, daí, militarização.

Energia nuclear no espaço

A Ultra Safe Nuclear quer demonstrar EmberCore, uma bateria nuclear, que serve tanto para propulsão quanto eletricidade. Segundo ela, sua tecnologia será capaz de produzir mais de 1 MWh (megawatt/hora) de energia com menos de 10 kg de material. É mais que um gerador eólico grande funcionando por um mês.

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Já a Avalanche Energy quer demonstrar tecnologias de fusão nuclear, o que, seja no espaço, seja na Terra, é o Santo Graal da geração de energia que é buscado pro cientistas há décadas.

Esses novos sistemas de energia nuclear são vitais para tornar viável a exploração espacial em grandes distâncias ou em massa. Um dos maiores problemas atuais para chegar ao espaço é o volume e peso do combustível que tem que decolar com o veículo. Uma viagem para Marte seria muito beneficiada pelo uso do combustível nuclear.

Foguetes nucleares aquecem extremamente hidrogênio ou outros propelentes para emiti-los de forma duas a cinco vezes mais eficientes que foguetes químicos convencionais. Também são 10 mil vezes mais potentes que sistemas de propulsão iônica, que são muito fracos, mas úteis no espaço, porque, sem o atrito com o ar, mesmo uma aceleração mínima faz com que a velocidade se acumule indefinidamente.

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