Na manhã de domingo (5), cerca de seis horas após decolar do Centro de Lançamento de Satélites Jiuquan, na China, no topo de um foguete Long March-2F, a espaçonave Shenzhou-14 chegou à estação espacial Tiangong levando três pessoas para passar cerca de 180 dias morando e trabalhando no laboratório orbital.

Os três tripulantes da missão Shenzhou-14 foram apresentados em uma solenidade realizada no Centro de Lançamento de Satélites Jiuquan, pouco antes do lançamento. Chen Don, Liu Yang e Cai Xuzhe vão trabalhar na estação Tiangong por cerca de seis meses. Imagem: Xinhua/Li Gang

Segundo a Agência Espacial Tripulada da China (CMSA), a cápsula atracou no módulo central Tianhe às 6h42 da manhã (pelo horário de Brasília). Os astronautas Chen Dong, Liu Yang e Cai Xuzhe vão conduzir uma extensa variedade de experimentos científicos, além de atividades periódicas de divulgação educacional e diversas caminhadas espaciais.

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Também conhecidos como taikonautas (uma designação nacional), eles serão responsáveis por preparar a estação para a chegada de dois novos módulos: Wentian (“Busca pelos Céus”, que será lançado em julho) e Mengtian (“Sonhando com os Céus”, com lançamento previsto para outubro). 

Com a inclusão desses novos módulos, a estação espacial chinesa estará completa, alcançando o formato projetado em T, e terá 20% da massa total da Estação Espacial Internacional (ISS). O laboratório orbital da China terá vida útil de 10 anos, que poderá ser estendida por mais cinco anos com upgrades futuros.

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Membros da missão Shenzhou-14 em foto tirada no dia da chegada à estação espacial chinesa. Imagem: Xinhua/Li Xin

Perto do fim da missão da tripulação de Shenzhou-14, mais três taikonautas serão lançados a bordo da missão Shenzhou-15 para outra estadia de seis meses. As duas equipes vão se sobrepor por três a cinco dias, marcando a primeira vez que a estação terá seis pessoas a bordo.

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2022: o ano dos voos espaciais tripulados

Estamos apenas nos aproximando do fim do primeiro semestre, e 2022 já mostrou ser um ano marcante para o voo espacial humano. 

A primeira missão tripulada do ano foi lançada em 18 de março, quando uma espaçonave Soyuz, da Rússia, levou três cosmonautas para a ISS. Uma semana depois, outra cápsula Soyuz diferente foi responsável por trazer de volta à Terra um astronauta americano e dois russos. Fechando o mês, a Blue Origin lançou seu quarto voo suborbital turístico, na missão chamada NS-20 (o 20º voo de um veículo New Shepard na contagem geral da empresa de Jeff Bezos).

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Em abril, foi a vez da cápsula SpaceX Dragon Endeavour levar uma tripulação para a ISS, por meio da missão Ax-1, a primeira viagem totalmente privada ao laboratório orbital, sem a presença de nenhum oficial da ativa de qualquer agência espacial federal. Os quatro membros da missão permaneceram por lá até 25 de abril. Por executarem funções durante a missão, eles podem ser chamados de astronautas, ao contrário daqueles que vão exclusivamente a passeio – que são considerados turistas espaciais.

Ainda no mesmo mês, houve o retorno da missão Shenzhou-13 da estação espacial chinesa e o lançamento da Crew-4, a mais recente missão tripulada da SpaceX à ISS.

Maio também contou com um voo de astronautas em seu calendário astronômico, na primeira sexta-feira do mês (6), quando os tripulantes da missão Crew-3 retornaram à Terra. 

Embora mal tenha começado, o mês de junho já conta com duas missões tripuladas. Além do lançamento da Shenzhou-14, o sábado (4) ficou marcado pelo quinto voo turístico da Blue Origin – sem dúvidas, o mais importante para o Brasil, já que um dos passageiros a bordo era nosso representante: o engenheiro de produção civil Victor Correa Hespanha, que, aos 28 anos, se tornou o segundo brasileiro da história a ir para o espaço.

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