Pesquisadores da Universidade de Oldenburg, na Alemanha, descobriram que as pegajosas e sedosas tramas das teias de aranha são ideais para monitorar a poluição por microplásticos em ambientes urbanos.

Estudos anteriores já haviam demonstrado que as teias de aranha retêm outros poluentes do ar, como partículas magnéticas e metais pesados. Como os cientistas sabem que milhões de toneladas de microplásticos são transportadas pelo vento, decidiram usar essas estruturas naturais como medição.

Pesquisadores coletaram teias de aranha em ambientes urbanos para examinar a presença de microplásticos. Imagem: Aleksey1981 – Shutterstock

Microplásticos são fragmentos de qualquer tipo de plástico com menos de cinco milímetros de comprimento, que vêm de fontes como cosméticos, roupas, embalagens de alimentos e processos industriais. Através do vento, esses fragmentos migram ao redor do mundo e invadem ecossistemas, onde se acumulam na água e no solo.

Uma das consequências disso é que microrganismos e até alguns peixes pequenos, por exemplo, podem confundir as partículas com alimentos, motivo pelo qual muitas dessas espécies estão em extinção.

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Segundo o novo estudo, publicado na revista científica Science Direct, lagos europeus têm mais microplásticos do que o esperado e podem se acumular por períodos indefinidos porque a troca de água leva um tempo relativamente longo.

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Determinar a quantidade e a extensão da gama de microplásticos é essencial para encontrar uma solução para esses problemas. “Aranhas são encontradas em todo o mundo, inclusive em cidades. Suas teias pegajosas são uma armadilha ideal para qualquer coisa que paira no ar”, disse Barbara Scholz-Böttcher, especialista em microplásticos do Instituto de Química e Biologia do Mar (ICBM) de Oldenburg. “Até agora, no entanto, ninguém examinou teias de aranha para microplásticos”.

Para testar sua hipótese, Barbara e as estudantes de doutorado Rebecca Süssmuth e Isabel Gossmann coletaram teias de aranha de paradas de ônibus da cidade de Oldenburg em diferentes horários.

No laboratório, elas identificaram resíduos de plástico PET, presumivelmente de têxteis e pneus de carro, bem como cloreto de polivinil (PVC) e fuligem. “Todas as teias de aranha estavam contaminadas com microplásticos”, disse Isabel.

Segundo Barbara, os microplásticos se acumulam de forma surpreendentemente rápida nas teias de aranha, tornando-as uma alternativa simples e econômica às medidas demoradas para avaliar o conteúdo de microplástico do ar que respiramos, o que pode ser particularmente importante no contexto de novas investigações toxicológicas.

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