Nos dias 11 e 12 de junho, a Toyota foi uma das patrocinadoras do tradicional LA Pride, um dos principais eventos LGBTQIA+ nos Estados Unidos, com mais de 400 mil visitantes anuais. Semanas antes, no entanto, a montadora japonesa apareceu em uma lista compilada pelo grupo Data for Progress como o maior doador corporativo para políticos contra a diversidade sexual no país.

Na lista, o grupo identificou que várias empresas que financiam políticos que se opõem ou se opuseram à Lei da Igualdade, uma regulamentação federal que, caso seja aprovada pelo Senado americano, impedirá a discriminação contra pessoas com base em sua orientação sexual.

Segundo o Data for Progress, a Toyota e suas franqueadas contribuíram em torno de US$ 601.500 (em torno de R$ 3,1 milhões) em doações anti-LGBTQIA+ entre 2019 e março de 2022. A maior parte do dinheiro vem da Toyota Gulf States Inc., uma distribuidora independente de veículos da montadora, que doou US$ 580 mil ao governador do Texas, Greg Abbott.

Recentemente, o político do Partido Republicano não apenas se opôs à Lei, como ordenou oficialmente que as autoridades estaduais investiguem cirurgias de afirmação de gênero para jovens trans como “abuso infantil”. O mesmo grupo de franqueados também deu US$ 15 mil ao procurador-geral do estado, Ken Paxton, criticado este ano por equiparar o Austin Pride — um evento similar ao LA Pride na cidade texana — a “instruir a sexualidade humana” e violar a lei estadual.

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Toyota nega participação financeira em doações

Subsidiária americana da Toyota nos EUA, a TNMA (Toyota Motor North America) negou ter participado das doações anti-LGBTQIA+. Segundo a empresa, todas as contribuições mencionadas na lista foram feitas por franquias nas quais ela não possui “participação financeira, influência ou controle na forma como administra suas doações”.

No entanto, em resposta à questão, a diretora de comunicações do Data for Progress, McKenzie Wilson, explica que “pesquisadores de finanças de campanha normalmente põem franquias no mesmo balde”.

“A maior parte das empresas [automotivas] geralmente usa uma rede complexa de PACs, subsidiárias e franquias específicas do estado para ofuscar suas doações corporativas e permitir que elas contribuam mais do que fariam quando há limites de contribuição ou gastos”, afirmou a especialista.

Crédito da imagem principal: Andrii Medvediuk/Shutterstock

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