O mais novo filme da Disney e Pixar “Lightyear”, do universo de “Toy Story“, está nos cinemas, e o Olhar Digital conversou com o diretor, a produtora e um astronauta da Nasa que serviu de consultor para o filme.

Ao escrever a crítica de “Lightyear”, optei por colocar a palavra “incrível” no título, e essa escolha não foi por acaso. Na entrevista com o diretor, criador e roteirista Angus MacLane, a produtora Galyn Susman e o astronauta da Nasa Thomas Marshburn, usei a palavra para elogiar o filme, e de cara MacLane reagiu.

“Primeiro, deixe-me agradecer por dizer que você achou o filme incrível, pois essa era literalmente a reação que estávamos buscando,” comentou MacLane com empolgação. “Para mim, eu amo filmes e o filme é apenas a impressão, aquela impressão emocional que você tem quando está saindo do cinema. E ser incrível era o objetivo total que eu buscava, é exatamente o sentimento que eu queria que as pessoas tivessem, significa muito para mim.”

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Angus MacLane, Galyn Susman e Thomas Marshburn durante a entrevista ao Olhar Digital. Imagem: Disney/Pixar

“Lightyear” acompanha o Patrulheiro Espacial Buzz Lightyear, contando a história como se fosse o filme assistido por Andy em “Toy Story”, que o motivou a idolatrar o personagem a ponto de querer um boneco de ação de Buzz, que se tornou um de seus favoritos ao lado do bom e velho Woody.

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MacLane falou sobre esta ambientação do filme dentro do filme ao comentar sobre influências de ficção científica em “Lightyear”. “Existem diversas influências de filmes de ficção científica [em ‘Lightyear’], certamente, já que ele foi feito para ser mesmo influenciado por estes filmes e localizado em um período no tempo, ou imaginado que foi criado 35 anos atrás,” disse ele.

No entanto, ele deixou claro que, além da ficção científica, eles quiseram adicionar a ciência em si à história, e por isso contaram com a ajuda da Nasa, por meio da consultoria do astronauta Thomas Marshburn, para desvendar pontos explorados no filme, que sofreram algumas alterações, segundo ele, para encaixar na narrativa proposta.

Marshburn, por sua vez, disse ter gostado bastante de seu papel de consultor. “Bom, foi muito divertido,” nos disse o astronauta veterano da Nasa. “Eu amo falar sobre o espaço, então tem sido incrível.” Quando o assunto foram os desafios enfrentados por ele no papel de consultor, ele atribuiu a reunir informações em um curto espaço de tempo.

“O desafio foi reunir o máximo que eu pude em um dia e meio para mostrar o que eu sabia e o que todos os que trabalhavam comigo sabiam. Mostrar o que eu sabia sobre tudo isso. Podem ter sido alguns dias exaustivos, mas foi uma grande quantidade de diversão para mim,” completou Marshburn.

A produtora Galyn Susman comentou sobre como o Buzz do novo filme é diferente do que vimos em outros filmes da franquia. “Acho que o que tentamos dar ao Buzz é um pouco mais de introspecção do que você teria do Buzz no mundo de ‘Toy Story’,” afirmou ela.

“E acho que essa introspecção é o que lhe permite, quando confrontado com o que ele é, o caminho que ele está percorrendo, e o que ele desistiu, a dar um passo para trás e dizer: ‘Isso não é apenas sobre mim, não é apenas sobre eu me redimir e consertar meu erro, e minha reputação, é realmente sobre todas as pessoas com quem estou, toda a comunidade que desenvolvi.’ Então, acho que esse senso de comunidade é realmente o que permite que o Buzz cresça,” conclui Susman.

Lightyear e seus novos amigos. © 2022 Disney/Pixar. All Rights Reserved.

“O filme é uma exploração do que aconteceria se você não fosse afetado pelas pessoas que conheceu. Buzz é afetado por essas pessoas e ele muda como resultado. E ele se torna uma pessoa diferente. Mas e se isso não acontecesse?”, explica MacLane. “Todo o objetivo do filme é ensinar ao Buzz e ao público o valor de viver no momento presente em vez de se preocupar com o futuro ou consertar o passado. Então, isso é realmente o que queríamos explorar.”

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“Lightyear” inicia um multiverso?

Cena de “Lightyear”. Imagem: © 2021 Disney/Pixar.

Alguns pontos sobre “Lightyear” vem sendo levantados, principalmente depois de vermos a última cena pós-créditos do filme da Pixar, que dá abertura para uma sequência: estamos experienciando o começo de um multiverso de “Toy Story”?

“Eu nunca pensei nisso como um multiverso, mas sim, eu acho que faz sentido,” disse o diretor Angus MacLane. “É mesmo uma faixa separada do mundo de Toy Story. Eu sempre imaginei que isso seria… que isso existiria no universo de ‘Toy Story’ como um de vários, agora se vamos ou não fazer esses filmes, não posso dizer,” continuou MacLane.

“Mas certamente, pretendia que fosse ‘você está chegando atrasado para uma história e saindo cedo’,” explicou o diretor. “Certamente Star Wars faz isso: você está chegando no meio [da história], e há mais para contar, mas ela vive como uma ideia independente. E essa sempre foi nossa intenção,” completou ele, deixando aberto o caminho para outros filmes neste universo.

No entanto, algo que vem sendo especulado desde o anúncio de “Lightyear” é: E o Woody? Ele ganhará um filme próprio também? “Esta é uma grande pergunta e você não é a primeira a perguntar. Eu fico feliz que exista animação sobre isso. A história do Woody é mesmo explorada em ‘Toy Story’. E a nossa paixão está no espaço, coisas baseadas no espaço”.

Por fim, ele deixou bem claro que no momento o foco é mesmo Buzz Lightyear. “Não, eu diria que eu acho que estamos mais apaixonados pelo Buzz agora, e esses filmes levam tanto tempo. Mas atualmente, não há qualquer plano de fazer um filme do Woody.”

“Lightyear” está disponível nos cinemas, com classificação indicativa Livre.

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