No começo do ano foi revelado que um estudo analisou dados coletados há oito pelo rover Curiosity e indicou a presença de elementos que podem ter permitido a existência de vida em Marte no passado. Agora, um novo comunicado divulgado pela NASA explica que no solo do planeta vermelho foi localizado “carbono orgânico” em taxas surpreendentemente altas.

Esse elemento pode ser derivado de fontes não vivas, como vulcões, no entanto, fomenta a teoria de que Marte pode ter tido vida há milhões de anos. “O carbono orgânico total é uma das várias medidas [ou índices] que nos ajudam a entender quanto material está disponível como matéria-prima para química prebiótica e potencialmente biologia”, disse Jennifer Stern do Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland, em comunicado divulgado pela NASA.

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“Encontramos pelo menos 200 a 273 partes por milhão de carbono orgânico. Isso é comparável ou até mais do que a quantidade encontrada em rochas em locais de vida muito baixa na Terra, como partes do deserto de Atacama na América do Sul, e mais do que foi detectado em meteoritos de Marte”, completa ainda.

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Vida em Marte no passado?

O carbono orgânico é o carbono ligado com hidrogênio e está presente nas moléculas orgânicas que compõem todas as formas de vida conhecidas. No entanto, a existência do elemento por si só não prova que já existiu vida em Marte, mas dá um grande direcionamento para as pesquisas. 

No solo marciano já foram localizados, por exemplo, indícios da existência de rios e lagos no passado, indicando que o planeta pode ter tido vida há bilhões de anos, embora seja considerado inóspito atualmente.

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Rover Curiosity
Imagem: Nasa/Divulgação

Para colher as amostras de carbono, o rover perfurou rochas argilosas de 3,5 bilhões de anos na formação da Baía de Yellowknife, na cratera Gale, local de um antigo lago em Marte. Além da água líquida e do carbono orgânico, a cratera Gale, em Marte, tinha outras condições propícias à vida, como fontes de energia química, baixa acidez e outros elementos essenciais para a biologia, como oxigênio, nitrogênio e enxofre.

A medição foi feita usando o Sample Analysis at Mars (SAM), instrumento do Curiosity que aquece a rocha em pó a temperaturas progressivamente mais altas. Este experimento usou oxigênio e calor para converter o carbono orgânico em dióxido de carbono, cuja quantidade é medida para obter a quantidade de carbono orgânico nas rochas. O experimento foi realizado em 2014, mas esses anos foram necessários para que os resultados fossem analisados e comparados com outras medições feitas pelo rover.

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